Portugal vive uma crise política por responsabilidade única e exclusiva do Primeiro-Ministro

A actual crise política em Portugal não foi provocada pela oposição, nem pela imprensa, o seu epicentro reside unicamente nas decisões e omissões do Primeiro-Ministro, ele tinha nas mãos diversas opções para evitar este desfecho, mas escolheu não agir ou agir de forma insuficiente.

Por: Lucrênio Dias

O senhor Primeiro-Ministro poderia ter prevenido esta turbulência de várias maneiras, poderia ter encerrado a empresa envolvida na polémica, poderia ter retirado da esfera familiar, poderia ter entregue a uma gestão profissional independente, além disso, deveria ter analisado meticulosamente a legislação que regula conflitos de interesse, garantindo que a sua actuação estivesse completamente isenta de dúvidas ou suspeitas.

Ao afirmar categoricamente que gostaria de poupar o país de eleições antecipadas mas que se fosse necessário avançar para a dissolução do parlamento, que assim fosse, abre-se espaço para interpretações estratégicas, seria esta uma jogada calculada? Se o parlamento for dissolvido e ter eleições, o seu partido pode, eventualmente sair fortalecido, aumentando a sua representação parlamentar.

Assim, a crise não surge como um evento inevitável, mas como o resultado directo de linda jogada políticas. Resta saber se o desfecho desta situação será benéfico para o país ou apenas para um jogo de poder.

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