O Serviço de Investigação Criminal apresentou ontem, em Luanda, o resultado de uma operação nas imediações da Centralidade do Kilamba, onde apreenderam oito contentores de 40 pés, cheios de equipamentos novos que seriam usados para a mineração de criptomoedas. São no total 17 mil processadores e cada custa 1400 dólares, segundo o SIC.
Segundo o porta-voz do SIC, Manuel Halaiwa, os equipamentos encontrados e apreendidos para a actividade ilegal são de última geração, nunca tinham sido usados e estão avaliados em cerca de mais de mil dólares norte-americanos.
Manuel Halaiwa, disse ainda, citado pela TV Zimbo, que os responsáveis pelos materiais encontrados fariam pelo menos 35 a 37 dólares diário, o que perfaz um total de cerca de 17 milhões de dólares por mês, em função do número de material encontrado no estabelecimento.
As autoridades acreditam que o estaleiro estava a ser preparado por um centro de mineração de alta dimensão.
Mais de 40 estaleiros clandestinos desmantelados
A Lei 3/24 de 10 de Abril criminaliza e proíbe a actividade de mineração de criptomoedas no território nacional. Desde que foi aprovada, em todo o território nacional, em Abril do ano passado, até à presente data, este é o 41.° estaleiro clandestino de mineração de criptomoedas desmantelado pelo SIC.
Em todo o território nacional, foram detidos mais de 100 cidadãos de nacionalidade chinesa e alguns angolanos envolvidos na actividade de guarnição, de protecção dessas infra-estruturas.
“De Janeiro a Fevereiro deste ano, foram detidos 45 cidadãos, sendo 29 estrangeiros (nacionalidade chinesa) e 15 cidadãos nacionais que exerciam actividades de funcionários, guardas, cozinheiros, portanto aqueles trabalhadores que tinham a missão de tirar um processador, trazer outro processador, desligar um cabo, ligar o gerador, etc. Eles sabem que essa actividade podia ser denunciada mas não o faziam”, disse.
Todo o material apreendido está a ser revertido a favor do Estado, segundo Halaiwa, que, mediante a decisão judicial, vai determinar quem deverá ficar com o mesmo.
“O material eléCtrico, já sabemos que vai ser entregue ao Ministério da Energia e Águas para, portanto, dar cobro àquelas zonas que clamam por PTs, entre outros, o material de mineração de criptomoedas, portanto, os processadores e os cabos de internet, computadores e outros, também vai-se achar um fiel depositário”, finalizou.