O Plano Nacional de Fomento à Produção de Grãos (Planagrão) já começou a dar frutos: esta Quinta-feira registaram-se os primeiros resultados do Planagrão no município do Lóvua, na Lunda Norte, ao se dar início à colheita das primeiras 60 toneladas de soja, cultivadas no referido município, no quadro do Planagrão.
A soja foi produzida pela Fazenda Lavoura Esperança, segundo refere um comunicado do governo provincial da Lunda Norte.
“A Fazenda Lavoura Esperança, um dos maiores projectos agrícolas na Lunda Norte e na região Leste, com foco na produção de cereais e de iniciativa privada, uma parceria da Mina Gema, realizou nesta Quinta-feira, a colheita de 60 toneladas de soja numa primeira fase, num universo de 40 hectares preparados nesta época”, lê-se na nota.
Esta primeira colheita contou com a presença da governadora da Lunda Norte, Filomena Miza, que, na ocasião, se mostrou “satisfeita com os primeiros resultados”.
Segundo o comunicado, Filomena Miza também reconheceu o trabalho desenvolvido pelo grupo, acreditando que “a agricultura passa a tornar-se no pulmão da província, visando responder à orientação do Presidente da República, para a captação de investimentos estrangeiros e não só, em particular no sector da agricultura para a diversificação da economia e combater a fome e a pobreza”.
Além disso, a governante também lançou “um repto aos empresários angolanos no sentido de seguirem o mesmo caminho garantindo que os empresários que manifestarem seu interesse, terão apoios do governo local na concepção de títulos de terras e outros mecanismos necessários para a prática da actividade agrícola na província”.
Já Benjamin Herder, coordenador da fazenda, que foi implementada no ano passado, adiantou que se pretende “continuar a produzir na região, e espera que o governo angolano dê maior apoio ao projecto, na concepção de título de terra para ampliar a cadeia de produção de outros cereais, como arroz, massambala, trigo e feijão, cultivados em fase experimental”.
Segundo o comunicado, o projecto, que está de pé há cerca de um ano, conta com 850 hectares preparados, dos quais “340 foram cultivados soja, 58 hectares de milho e 12 hectares de arroz, trigo e feijão cada, em fase experimental”, estimando-se que numa segunda fase sejam colhidos mais de 200 hectares de soja.
Já citado pela Angop, Benjamin informou que se gastaram mais de mil milhões de kwanzas para implementar o empreendimento agrícola, cujos 640 milhões de kwanzas se destinaram à limpeza do terreno e calcário e 500 milhões de kwanzas foram para sementes, agro-insumos e fertilizantes.
Já Luís Quitamba, director do Gabinete de Desenvolvimento Económico Integrado, afirmou que se encontram à disposição na província 500.000 hectares em 10 dos 19 municípios para o Planagrão e acrescentou que cada um dos municípios – Cambulo, Capenda Camulemba, Caungula, Chitato, Cuango, Cuílo, Lubalo, Lucapa, Lóvua e Xá-Muteba – têm à disposição 50 hectares.
Segundo o director, até agora, 295 processos de empresários interessados em investir no Planagrão foram recebidos pelo gabinete, sendo que o empreendimento Lavoura Esperança se trata da primeira iniciativa executada na província.
“Temos dificuldade de financiamento dos potenciais produtores, porque a nossa banca ainda não está em altura de poder satisfazer a demanda”, esclareceu, citado pela Angop.