Morreu a mulher que “amava os homossexuais e odiava os seus pecados”

A também cantora pop, Anita Bryant, morreu no dia 16 de Dezembro, mas a família apenas anunciou a sua perda esta quinta-feira, 9 de Janeiro.

Morreu Anita Bryant, cantora pop dos anos 1960, cuja carreira a levou a tornar-se porta-voz dos produtores de laranja da Flórida. Enquanto religiosa e conservadora que era, tornou-se também ativista contra os direitos LGBTQIA+ no final da década de 1970.

Bryant morreu no dia 16 de dezembro, aos 84 anos, mas a família apenas anunciou a perda esta quinta-feira, 9 de janeiro.

O obituário foi publicado no jornal da sua cidade natal, o Oklahoman, e referia que a cantora e activista faleceu em casa, em Edmond, Oklahoma, cercada de familiares e amigos.

Durante o seu auge como figura pública, Bryant foi uma das celebridades mais polarizadoras dos Estados Unidos, sendo, por um lado, menosprezada pela comunidade do ‘show business’ por condenar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, enquanto era descrita como uma heroína por muitos conservadores religiosos.

Antes de assumir essas posições, era mais conhecida entre os vendedores de laranjas da Flórida – que introduziram o slogan ‘Café da manhã sem sumo de laranja é como um dia sem sol’ no léxico popular. Estes anúncios eclipsaram a sua carreira há muito adormecida enquanto cantora pop.

Em 1977, Bryant começou a liderar uma campanha intitulada ‘Save Our Children’ com o objectivo de revogar uma lei no Condado de Miami-Dade que proibia a discriminação com base na orientação sexual. A activista foi bem-sucedida ao fazer com que a lei fosse revogada nesse mesmo ano por um voto popular.

Nos três anos seguintes, o seu activismo contra tais regulamentações fez dela uma ‘mulher-propaganda’ da direita religiosa e a principal arqui-inimiga pública da comunidade gay e dos liberais sociais. A sua declaração: “amo os homossexuais, mas odeio os seus pecados” tornou-se numa espécie de mantra para os evangélicos e, mais tarde, um ‘meme’ muito ridicularizado entre a comunidade LGBTQIA+.

De notar que o seu activismo levou ao fim de qualquer carreira substancial que Bryant teve além da comunidade cristã conservadora.

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