Cinco pessoas perderam recentemente a vida no bairro Paraíso, município de Cacuaco, em Luanda, devido a um surto de cólera que já registou 25 casos suspeitos. Em resposta, o Ministério da Saúde anunciou a implementação de medidas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para controlar a doença.
Segundo um comunicado divulgado esta terça-feira, as acções em curso incluem desinfecção das áreas contaminadas, identificação e rastreamento de contactos, bem como investigação epidemiológica e laboratorial aprofundada para confirmar os casos suspeitos. Os sintomas mais comuns relatados são vômitos e diarreia aquosa.
Para evitar a propagação da doença, o Ministério da Saúde está a mobilizar equipas de sensibilização comunitária para educar a população sobre práticas de prevenção e combate à cólera, distribuindo materiais informativos e lixívia para que as famílias possam desinfectar a água de consumo e as instalações sanitárias domésticas.
No comunicado, o ministério apelou à população para manter a calma, sublinhando que estão a ser envidados todos os esforços para proteger a saúde pública. Recomenda ainda que, em caso de suspeita de doença, os cidadãos procurem imediatamente a unidade de saúde mais próxima.
Importa realçar, que em Março de 2024 o País registava um aumento preocupante no número de mortes por cólera em várias províncias, nomeadamente: Zaire, Uíge, Cunene, Cuando Cubango, Malanje, Moxico, Huíla, Lunda Norte e Luanda.

Fontes do sector de saúde, consultados por este jornal, garantiram na altura que a falta de reagentes para detectar a presença da bactéria no organismo dos pacientes era um dos principais desafios.
A situação particularmente grave em Luanda, onde centenas de pessoas morrem diariamente, muitas vezes sem receberem o diagnóstico ou tratamento adequado.
Apesar das evidências e denúncias feitas por profissionais de saúde, o Ministério da Saúde negou anteriormente a existência de um surto de cólera no país.
Na época, o ministério alegou que as informações sobre o surto eram falsas e tinham como objectivo “semear insegurança no seio dos cidadãos”. No entanto, o aumento dos casos suspeitos e das mortes em Luanda coloca em evidência a gravidade da situação, exigindo medidas urgentes e eficazes para conter a propagação da doença.
A cólera, uma infecção bacteriana geralmente transmitida por água ou alimentos contaminados, pode ser fatal se não for tratada rapidamente.