´KI-KUIA Kinaxixi Cultural´ apresenta exposição colectiva “KUDURO: a força que não depende da sorte”

A organização ´KI-KUIA Kinaxixi Cultural´ em parceria com a produtora ´MAIA TANNER´ realiza, a partir das 18 horas desta sexta-feira, 6 de Dezembro, uma Exposição Colectiva denominada “KUDURO: a força que não depende da sorte”, no ´Salão Internacional de Exposições – SIEXPO´ do Museu Nacional de História Natural, situado ao lado do Largo do Kinaxixi, em Luanda.

O Curador da exposição, Jamil “Parasol” Osmar, em nota enviada ao ECOS DO HENDA, refere que “desde a década de 1980, o Kuduro estabeleceu-se como uma expressão cultural que espelha a força, criatividade e resiliência do povo, frequentemente relegado a uma cidadania de segunda classe pelo Estado”, aponta.

Durante a guerra civil angolana (1975-2002), avança a nota que vimos citando, o Kuduro ofereceu aos jovens angolanos uma forma de expressar pensamentos criativos em meio a um tumulto. Posteriormente, abordou as duras realidades da vida nas ruas, incluindo rivalidades de gangues e lutas diárias, tornando-se uma voz para a juventude marginalizada.

“Hoje, após ter sido cooptado para campanhas políticas e por produtores musicais, o Kuduro foi usado, descartado e abandonado, tornando-se uma sombra do que outrora foi. No entanto, mesmo estando nas últimas pedaladas, ele está longe de ser morto.

Ao longo dos anos, transcendeu a expressão artística e a discriminação; é um reflexo da alma e da resistência do povo. O Kuduro tornou-se a essência da vida quotidiana. É a forma informal de se viver que permeia todas as camadas sociais. É o combustível que, dado o estado actual do país, mantém vários aspectos sociais e económicos a funcionar.

Angola só se sustenta como nação graças à criatividade e força do seu povo. E à medida que nos aproximamos de 2025, o ano em que Angola celebra 50 anos de independência colonial, esta exposição torna-se uma grande oportunidade para celebrar o Kuduro e as suas influências na cultura angolana e como um movimento de liberdade.

Artistas (que participam) como Gegé Mbakudi, Jurema Ramos, Erikson Fernandes “Wilman”, Hélio Buite, Samu Artes, Vau West, Ricardo Kapuka, Lord Cave, Evan Claver, Dralton Máquina e Real Drogadinho “Cavalo 2030” irão dissecar e apresentar as diferentes formas como o Kuduro se reflecte no dia a dia, com música, arquitectura, filosofia, moda, estado de ser e performance, com o objectivo de inspirar mudança e empoderamento, promovendo uma reflexão mais profunda e compreensão da pura essência da força do Angolano.

“O Kuduro sempre foi o poder inato dentro de todos nós. Foi o que nos manteve sãos durante tempos difíceis. E após esta exposição, espero que este poder não seja apenas usado para sobrevivência, mas também como uma força para mudança. Mas, para que isso aconteça, temos que pisar na mola e deixar de nos conformar com a nossa realidade actual, para que um dia sejamos o cavalo de 2030. Uma visão futura de Angola que nunca foi”, sustenta o curador da exposição, Jamil “Parasol” Osmar.

A MAIA TANNER é uma produtora independente, a trabalhar em Angola há mais de 15 anos, tendo já produzido mais de centena e meio de projectos.

“Agradecemos os patrocínios da CUCA e Tintas CIN, e os apoios valiosos da Blackview, STYLUS, TOPACK, Keweseki, ELECTROMAX LG, Ngolo Media e Tipografia Corimba. Uma palavra de apreço ao ´Museu Nacional de História Natural / SIEXPO´ pela sua recepção”, sublinha.

Depois da inauguração, esta mostra colectiva e multifacetada poderá ser visitada entre terça e domingo, das 16h às 20h cujo encerramento acontece no dia 31 de Janeiro 2025.

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