O Presidente dos EUA, Joe Biden, visita Angola, de 13 a 15 de Outubro do ano em curso, um ganho da diplomacia angolana que tem à testa o Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço.
A visita do Presidente norte-americano, visa o reforço das parcerias económicas e assinalar a criação da primeira rede ferroviária transcontinental de acesso livre em África.
Embora o democrata tinha prometido visitar África em 2023, um continente onde se desenrola uma luta de influência entre os gigantes chinês, russo e americano, todavia a promessa só agora se concretiza, demonstrando claramente que a diplomacia angolana, com o empenho pessoal do Presidente João Lourenço, tem dado frutos. Esta será a primeira viagem de Joe Biden a África desde que chegou à Casa Branca, em Janeiro de 2021 e a primeira visita de um Chefe de Estado norte-americano em Angola, situação que, sem sombras de dúvidas, vai colocar Angola na ‘boca do mundo’, já que a dimensão do ilustre visitante, o líder da maior potência mundial, traz consigo todas as cadeias televisivas, jornais, portais e até rádios do mundo.
Todavia, observadores angolanos encaram esta primeira visita de um chefe de Estado norte-americano a Angola como uma vitória diplomática do Presidente angolano, João Lourenço, que tem apostado numa trajectória de aproximação aos Estados Unidos.
O analista político angolano Cláudio Silva lembra que o país acolherá, em 2025, a Cimeira de Negócios Estados Unidos-África, consolidando assim o seu peso diplomático internacional e, sobretudo, regional.
“Angola continuará a relacionar-se com as várias potências mundiais, por mais diferentes que sejam, sejam elas os Estados Unidos, a China ou a Rússia”, afirma ainda Cláudio Silva.
Para o sociólogo angolano Paulo Inglês, a visita de Biden assenta em dois eixos, por um lado o económico com o projecto do Corredor do Lobito e, por outro, o geopolítico como uma forma de agradecimento do reposicionamento de Angola em relação a Washington.
Paulo Inglês, diz ainda que esta viagem serve como grande “trunfo para João Lourenço”, que recebe mais um “grande prestígio internacional”, lembrando o título de Campeão da Paz, atribuído ao Chefe de Estado angolano pela União Africana, pelo seu empenho na busca pela paz em vários países africanos, entre eles, a República Democrática do Congo e o Sudão.
Importa referir que a Casa Branca indicou ainda que os dois estadistas deverão abordar o reforço da democracia e do envolvimento cívico, a intensificação da acção em matéria de segurança climática e de transição para as energias limpas e, ainda, o reforço da paz e da segurança.