As capitalizações de empresas do sector público realizadas pelo Estado Angolano registraram uma diminuição significativa de 60% no ano passado, caindo de 416,5 milhões de euros em 2022 para 166,8 milhões de euros em 2023.
Segundo a mídia angolana, a informação foi divulgada durante a apresentação do Relatório Agregado do Sector Empresarial Público (SEP) referente a 2023, feita por Vera Escórcio, presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE).
De acordo com Escórcio, em 2021, foram capitalizadas oito empresas, enquanto em 2022, 46 receberam suporte para sua recuperação após a crise provocada pela pandemia de covid-19, totalizando um investimento de aproximadamente 422 bilhões de kwanzas (416,5 milhões de euros).
Em 2023, apenas oito empresas foram beneficiadas com aumento de capital, totalizando 169 bilhões de kwanzas (166,8 milhões de euros). Dentre elas, destaca-se a TAAG – Linhas Aéreas de Angola, que recebeu 120 bilhões de kwanzas (118,4 milhões de euros), seguida pela Televisão Pública de Angola, Imprensa Nacional e Empresa Nacional de Distribuição de Energia (ENDE).
Em relação à alocação de subsídios, destinados em grande parte ao pagamento de salários das empresas, houve uma quase estabilidade, com o sector de informação recebendo mais de 90% dos montantes pagos anualmente. Escórcio destacou que, na análise do período, os sectores de extração, actividades financeiras, comércio e informação e comunicação tiveram resultados líquidos positivos.
“Olhando para os resultados, precisamos avaliar nossas estruturas de custo, precisamos melhorar a eficiência em termos de desempenho e ser mais cautelosos nas nossas ações diárias”, afirmou Vera Escórcio.
Em 2023, o SEP angolano cresceu com a criação de uma nova empresa, a companhia de Água e Saneamento na província de Cuando Cubango, além da entrada do Standard Bank no sector, através do processo de recuperação de ativos. Dentre as 94 empresas que compõem o SEP, 87 são ativas, enquanto cinco estão inativas. Apenas 70 empresas apresentaram suas contas de 2023 ao IGAPE, deixando 12 em situação de inadimplência, das quais quatro já foram encerradas.
Neste ano, iniciou-se o processo de extinção e liquidação de empresas paralisadas, levando em conta os “excessivos custos de manutenção”, mesmo que não estejam ativas, destacou a presidente do IGAPE.