A subrepresentação de África no Conselho de Segurança é “inaceitável” e “mina a credibilidade” do sistema da ONU

Os três assentos não permanentes que o continente ocupa são “precários” e “não refletem o grande número de Estados” nem o seu “peso populacional e político”, diz Victor Ângelo, conselheiro em segurança internacional e antigo secretário-geral-adjunto das Nações Unidas.

A reforma do Conselho de Segurança é um debate antigo, mas de resolução sucessivamente adiada. Este órgão das Nações Unidas tem cinco membros permanentes: Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França – todos com poder de veto. Os restantes 10 assentos não são permanentes, sendo os Estados-membros que os ocupam eleitos para mandatos de dois anos.

Apenas três dos 15 lugares são ocupados por países africanos: neste momento, Argélia, Serra Leoa e Moçambique.

Victor Ângelo, conselheiro em segurança internacional e antigo secretário-geral-adjunto da ONU. (DR)

“O Conselho de Segurança não representa, de modo algum, o mundo em que vivemos”, diz Victor Ângelo, conselheiro em segurança internacional e antigo secretário-geral-adjunto da ONU, organização onde trabalhou durante 32 anos.

O convidado deste episódio acrescenta que África está “muito subrepresentada” neste órgão, o que é “absolutamente inaceitável” e “está a minar, de uma maneira absolutamente extraordinária, a credibilidade do sistema das Nações Unidas no que diz respeito à parte política”.

Além de escassos, os assentos que o continente ocupa são “precários” e “não refletem nem o grande número de Estados”, nem o seu “peso populacional e político”, o que, na prática, significa que “África está excluída do Conselho de Segurança”.

Compartilhar

Leave a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *