O encontro que o General Laborinho manteve nesta quarta-feira, 04, com o carismático político angolano, Filomeno Vieira Lopes, por sinal Presidente do Bloco Democrático, uma das formações políticas que formam a Frente Patriótica Unida, é, para mim, o acontecimento mais sonante da semana.
Por: Pedro Quiala*
Escolhi o encontro e o distingui não por envolver dois políticos que militam em partidos opostos (poder e oposição), mas pela relevância do mesmo num Estado democrático de direito, onde o diálogo e a abertura dos entes públicos é premissa basilar.
Escolhi porque, mais uma vez, veio demonstrar que o General Laborinho é daqueles responsáveis dos órgãos do Estado que tem no diálogo permanente, abertura e aproximação das partes uma fonte para materializar as políticas públicas do seu sector.
Escolhi porque, à semelhança do que fez, e continua a fazer, com os movimentos juvenis trabalhistas e não só, como são os casos da ANATA, MEA, ATLA, SJA, OAA e outras, não vacilou em abrir as portas do seu gabinete para receber um dos líderes dos partidos políticos que lutam para retirar o seu MPLA do poder.
Escolhi porque, para mim, esta é a melhor forma de governar – ouvir todos, quer sejam do partido no poder quer sejam da oposição, como é o caso de Filomeno Vieira Lopes.
Aliás, um ministro do Interior, cujos órgãos sob sua subordinação são, e devem ser, nos termos da constituição, apartidários não pode tomar uma posição melhor do que esta.
Melhor do que isto é o facto de que Eugénio Laborinho já sabia o teor da conversa que Filomeno Vieira Lopes levaria.
– Denunciar o que o político da FPU considera “actuação abusiva e ilegal da Polícia Nacional e outros órgãos do ministério”.
Mesmo assim, o político do MPLA entendeu receber o homem, ouvi-lo, respondê-lo e, com toda a certeza, tomar notas para corrigir o que está mal e melhorar o que está bem, enquanto máxima da actual governação.
Tudo isto permite-me escolher o encontro como o “facto da semana”, pelo que elogio os intervenientes, porquanto é meu entendimento que a abertura e o diálogo são duas ferramentas indispensáveis na construção de uma sociedade sincera, honesta e pacífica.
Parabéns, camarada Laborinho.
*Sociólogo