Cidades russas fazem vaquinha para comprar sacos para corpos de vítimas da guerra

A população da Ucrânia não é a única a sofrer com a guerra iniciada pela Rússia, em 2022. Pessoas comuns no país liderado por Putin também têm enfrentado enormes tragédias.

O oblast de Irkutsk, por exemplo, localizado na Sibéria, não muito longe da fronteira com a Mongólia, tem sido uma das regiões com o maior número de vítimas.

Mais de 2 milhões de pessoas vivem em Irkutsk, cuja economia está concentrada principalmente em metais, exploração madeireira e petróleo.

O Moscow Times relatou, em março de 2023, que praticamente todos os recrutas de Irkutsk daquele ano morreram em Donetsk, lutando contra as tropas ucranianas.

De facto, os membros da unidade da região postaram um vídeo nas redes sociais denunciando sua falta de treinamento e preparação para lutar no front.

Filhos que pertencem ao Estado

O governador de Irkutsk, Igor Kobzev, ganhou as manchetes dos meios de comunicação, em Novembro de 2022, quando declarou que os filhos das mulheres que lutavam no front não pertenciam às suas mães, mas ao Estado.

De acordo com a Newsweek, o número de perdas militares nativas da região de Irkutsk é tão alto que algumas autoridades locais começaram a fazer um financiamento colectivo para pagar sacos e trazer seus mortos para um enterro adequado.

O jornal britânico The Daily Express destaca que, desde o início da guerra, mais de 600.000 soldados russos foram mortos ou feridos, segundo estimativas feitas pelo governo ucraniano.

A PBS, por sua vez, garante que as baixas da guerra na Ucrânia afetaram amplamente as minorias russas na Sibéria e no Extremo Oriente.

Natalia Arno, da Free Russia Foundation, disse à PBS que a máquina de guerra de Vladimir Putin considera minorias étnicas com poucos recursos e pouca ou nenhuma educação como meras bucha de canhão.

“Quanto mais remotos eles estão, menos informações eles conseguem obter, e menos organizações de direitos humanos trabalham com eles e defendem seus direitos”, disse Arno à PBS.

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