O Presidente da República, João Lourenço, desembarcou, no princípio desta tarde na cidade de Pretória, África do Sul, onde irá testemunhar, quarta-feira, a tomada de posse do seu homólogo Cyril Ramaphosa, reeleito na última sexta-feira.
A propósito da sua reeleição, o Presidente João Lourenço felicitou Ramaphosa, considerando que a sua recondução ocorreu na sequência de um pleito eleitoral exemplar durante o qual prevaleceu o bom senso dos seus participantes, que souberam criar o quadro ideal para um diálogo democrático dinâmico e bem-sucedido.
“Quero, assim, destacar o papel conciliador e aberto ao diálogo de Vossa Excelência que se tornou o factor fundamental e decisivo para a continuidade das instituições do Estado sul-africano e o seu funcionamento, num clima de harmonia, de estabilidade e de concórdia nacional”, expressou o Presidente João Lourenço.
Em nota enviada ao ECOS DO HENDA, João Lourenço aproveitou a oportunidade para reiterar o desejo do Governo de Angola de manter e estreitar continuamente os fortes laços de amizade, de solidariedade e de cooperação existentes entre as duas nações e povos.
No dia 14 deste mês, a Assembleia Nacional da África do Sul (Câmara Baixa) reelegeu Ramaphosa para liderar o país, apesar de ter perdido a maioria absoluta nas eleições de 29 de Maio, horas depois de John Steenhuisen, líder do principal partido da oposição Aliança Democrática (AD, liberal de centro-direita), ter dito numa mensagem à nação que tinha chegado a um acordo com o partido do Presidente para um “governo de unidade nacional”.
O partido de Ramaphosa, o histórico Congresso Nacional Africano (ANC), obteve 40,20% dos votos e 159 dos 400 lugares no parlamento, enquanto o PD, herdeiro da liderança política branca que se opôs ao apartheid, obteve 21,81% dos votos e 87 lugares.
O ANC perdeu a sua maioria absoluta pela primeira vez desde as eleições de 1994, quando Nelson Mandela se tornou o primeiro presidente negro do país e o regime segregacionista do apartheid (1948-1994) foi abolido.
Depois de ter desempenhado um papel importante nas negociações que conduziram ao desmantelamento do apartheid, de ter sido líder sindical e de ter prosperado no sector privado, Ramaphosa, de 71 anos, chegou à presidência em 2018 com a promessa de mudança para acabar com a corrupção que manchou o mandato do seu antecessor, Jacob Zuma (2009-2018).