Agentes da polícia moçambicana sequestram na semana finda, uma jornalista de investigação do Centro de Democracia e Direitos Humanos (CDDH). As forças de ordem agrediram ainda os jornalistas do canal de televisão privado STV e confiscaram a câmara de filmar que continha as imagens do incidente.
Os incidentes aconteceram quando a polícia, fortemente armada, dispersou os antigos membros da secreta moçambicana que estavam amotinados, há uma semana, junto ao escritório das Nações Unidas em Maputo.
A jornalista de investigação do Centro de Democracia e Direitos Humanos, Sheila Wilson, que estava em directo a reportar o acontecimento foi sequestrada por agentes da polícia à paisana, e colocada em liberdade horas depois. As forças de ordem agrediram ainda os jornalistas do canal de televisão privado STV e confiscaram a câmara de filmar que continha as imagens do incidente.
Paula Monjane da sociedade civil mostrou-se indignada com esta detenção, apontando o dedo às autoridades moçambicanas que dificultam cada vez mais o trabalho dos órgãos de comunicação.
“Para mim é mais uma demonstração de que o espaço para a crítica, para vozes diferentes, para a liberdade de comunicação social está cada vez mais fechado. Dois jornalistas do canal de televisão privada STV foram agredidos e ficaram sem a câmara que continha imagens do incidente”, denunciou.
O director-executivo do MISA, Ernesto Nhalala, condena o episódio de violência e pediu a responsabilização dos agentes envolvidos.
“É um episódio pesado, violento. O que ocorreu é deveras abusivo. O Misa–Moçambique e o Centro de Democracia e Direitos Humanos (CDD) exigem responsabilização dos agentes envolvidos na agressão aos jornalistas nos incidentes violentos da última noite”, defendeu.
De acordo com a imprensa moçambicana, os agentes justificaram a sua acção dizendo que estavam apenas a cumprir ordens.