As autoridades prisionais russas confirmaram a morte de Alexei Navalny, principal figura da oposição russa, preso no país desde que decidiu regressar à Rússia em 2021, vindo da Alemanha, onde estava a ser tratado a um envenenamento de que tinha sido vítima. Tinha 47 anos.
Segundo o comunicado do Serviço Prisional Federal, Navalny sentiu-se mal depois de um passeio esta sexta-feira, tendo perdido a consciência. Foi chamada uma ambulância, mas não o conseguiu reanimar, tendo acabado por morrer.
Antes e depois do envenenamento de 2020, foi o principal instigador de várias manifestações contra o regime de Vladimir Putin, tendo sido em 2013 candidato a presidente da Câmara de Moscovo e ficado no segundo lugar, sendo já então visto como principal opositor do presidente russo. Em 2018, foi impedido de se candidatar às eleições presidenciais. Foi autor de vários documentários sobre a corrupção na Rússia e liderava a Fundação Anticorrupção e o partido Rússia do Futuro. Foi várias vezes detido pelas autoridades.
Depois do regresso à Rússia em 2021, foi condenado a 19 anos de prisão por “extremismo” e, nesse mesmo ano, galardoado com o Prémio Sakharov, do Parlamento Europeu. Recentemente, foi transferido da prisão onde estava na região de Vladimir para uma colónia penal numa região remota do Ártico.
O Comité de Investigação da Rússia abriu já um inquérito à morte de Navalny. A equipa do opositor diz não ter ainda recebido uma confirmação oficial e enviou o advogado de Navalny para a região onde alegadamente morreu.
As reacções internacionais à morte de Navalny começam a surgir. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, diz que a UE aponta o Kremlin como responsável pela morte do opositor, dizendo que “os lutadores morrem, mas a luta pela liberdade nunca morre”.