Corredor do Lobito: Trafigura e Kamoa-Kakula são os primeiros a transportar minerais

A Trafigura e Kamoa-Kakula assinaram hoje um acordo para transportar minerais por um período mínimo de seis anos através da LAR – Atlantic Lobito Corridor, a empresa que gere a operação do Corredor do Lobito.

Os termos deste acordo, cujas cláusulas são confidenciais, segundo avança a nota chegada à redação do ECOS DO HENDA, foram assinados durante a Mining Indaba, na Cidade do Cabo, África do Sul, e marcam os primeiros compromissos comerciais de longo prazo com o Corredor do Lobito, uma nova rota comercial de importação e exportação entre o Cinturão de Cobre Africano e a costa atlântica de Angola.

Prevê-se que o Corredor do Lobito atinja uma capacidade de exportação anual de um milhão de toneladas por ano antes do final desta década.

A alocação de capacidade de exportação da Trafigura através da LAR será de até 450.000 toneladas por ano a partir de 2025. Além disso, ao complexo de cobre Kamoa-Kakula, uma joint venture entre a Ivanhoe Mines e a Zijin Mining, foi atribuída uma capacidade mínima de 120.000 toneladas e até 240.000 toneladas por ano de produtos de cobre – blister-ânodo ou concentrado – a partir de 2025, com um compromisso inicial de 10.000 toneladas a serem transportadas em 2024, à medida que o Corredor do Lobito vá incrementando a sua operacionalidade.

Em 2022, o consórcio Lobito Atlantic Railway, constituído pela Trafigura, Mota-Engil e Vecturis, obteve a concessão por 30 anos para a operação, gestão e manutenção do Corredor do Lobito e do terminal mineraleiro do porto do Lobito.

A linha, quando completamente modernizada, proporcionará uma rota mais eficiente e com menor emissão de teor de carbono para o mercado de cobre, cobalto e outros metais cruciais para a transição energética e vai operar de forma comercialmente aberta com todo o mercado.

Jeremy Weir, Presidente Executivo e CEO da Trafigura, disse depois de assinado o acordo: “Estamos satisfeitos por sermos um dos primeiros clientes a assinar um contrato de longo prazo com a LAR, para utilizarmos os serviços que disponibiliza no Corredor do Lobito. Esperamos agora que outros clientes se juntem à Ivanhoe Mines e à Trafigura nos próximos meses.

“O acordo hoje assinado e os compromissos assumidos visam contribuir para que a LAR dinamize a capacidade de transporte do Corredor do Lobito e o transforme, de facto, na principal e mais relevante ligação ferroviária da África Subsaariana.

”O fundador e co-presidente executivo da Ivanhoe Mines, Robert Friedland, afirmou: “Admiramos o trabalho árduo do consórcio responsável pela gestão do Corredor do Lobito e o da Trafigura, que têm trabalhado intensamente com os seus parceiros na República Democrática do Congo e em Angola, para construírem uma nova cadeia de abastecimento que está a tornar-se rapidamente uma das rotas comerciais mais importantes para o transporte do cobre metálico, mineral que é vital para todo o mundo.

“Este importante corredor económico vai desbloquear outros projetos de cobre devido aos custos logísticos mais baixos. Uma cadeia logística com custos reduzidos aumenta a quantidade de cobre economicamente recuperável em todo o Copperbelt, uma vez que os teores de corte podem ser reduzidos. Isto tem um impacto significativo nas descobertas feitas na RDC, como a recente descoberta de cobre Kitoko de alta qualidade e de extremidade aberta em Western Foreland, onde estamos a intensificar as actividades de exploração este ano para encontrar mais metal de cobre ultra-verde. Recordo que Kitoko fica a apenas 30 quilómetros da linha ferroviária já existente”.

O projecto de reabilitação do Corredor do Lobito beneficia do apoio dos governos de Angola, RDC, Zâmbia e da Parceria para o Investimento Global em Infra-estruturas (PGII) do governo dos EUA. O projecto representa um investimento de mais de 500 milhões de dólares durante a vigência da concessão, com um financiamento potencial de pelo menos 250 milhões de dólares da Corporação Financeira de Desenvolvimento Internacional dos EUA.

O investimento vai permitir a renovação de troços da linha férrea e infra-estruturas associadas, além de garantir mais a aquisição de mais 1.500 vagões e 35 locomotivas.

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