Josef Fritzl, o austríaco que manteve a filha em cativeiro durante 24 anos numa cabe subterrânea em Amstetten, na Áustria, poderá ser libertado em breve. Sublinhe-se que o homem, que se tornou conhecido como o “monstro de Amstetten”, engravidou a filha várias vezes, tendo esta tido sete filhos (um dos quais morreu em 1996, por negligência, dado que Fritzl lhe negou cuidados médicos).
O homem, agora com 88 anos, foi condenado a prisão perpétua em 2009, por crimes de violação, escravatura e homicídio por negligência, poderá sair da prisão em liberdade condicional este ano, uma vez que não é considerado uma ameaça pública, refere a imprensa britânica, que cita um relatório psiquiátrico dado a conhecer pelos meios locais.
A advogada do homem, Astrid Wagner, disse ao jornal austríaco Kronen Zeitung que já está a “tratar da obtenção de uma autorização de saída condicional”.
“Se o pedido for aprovado, o que presumo que será o caso, gostaria de garantir que ele é colocado num lar para pessoas frágeis”, disse.
Heidi Kastner, uma especialista em psiquiatria forense da Universidade de Linz, responsável pelo referido relatório, indicou que o homem poderá ser transferido da prisão para um lar de idosos, onde passará os últimos anos de vida.
Tal como nota a imprensa local, Fritzl parece confuso nas entrevistas que cede, falando em visitas familiares que nunca aconteceram. Há ainda relatos de que terá sofrido várias quedas na prisão e que necessita de um andarilho.
Recorde-se que o homem tornou-se conhecido em 2008, após ter sido denunciado pela filha, que conseguiu escapar do cativeiro.
Elisabeth Fritzl desapareceu em 1984 em Amstetten, na Áustria, quando tinha apenas 18 anos. Durante mais de duas décadas, esteve mantida em cativeiro numa cela construída pelo pai na cave da própria casa e foi abusada sexualmente de forma repetida.
Durante esse tempo nasceram sete crianças da relação incestuosa, tendo um dos filhos morrido com problemas respiratórios e sido cremado por Josef Fritzl, o que fez somar à pena de prisão o crime de homicídio por negligência.
Três das crianças ficaram em cativeiro com a mãe e as outras três foram colocadas à porta de casa para fingir um abandono por parte de Elisabeth que, na altura do desaparecimento, deixou uma carta a dizer que ia para uma seita para que não a procurassem.
O caso foi denunciado após a filha mais velha ter adoecido gravemente e sido deixada no hospital por Josef Fritzl. Após os médicos não conseguirem perceber o seu historial clínico, foi emitido um apelo nas televisões para que a mãe da jovem se dirigisse ao hospital. O apelo foi visto por Elisabeth, que conseguiu convencer Josef Fritzl a levá-la ao hospital e, depois de lhe garantirem proteção, contou toda a história.