O bloco económico Brics, formado inicialmente pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, ganha neste ano (2024) cinco novos membros num esforço liderado publicamente pela China e, em menor grau, pela Rússia. A expansão foi anunciada ao término da 15ª cimeira de líderes do bloco, realizada em Joanesburgo, na África do Sul, em Agosto de 2023.
Os países que integram o bloco a partir deste ano são: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egipto, Irão e Etiópia. O convite foi oficializado na Declaração de Joanesburgo, documento acordado entre os integrantes do bloco. As nações foram convidadas a participar do bloco económico dentre 20 candidaturas.
Na ocasião, um convite foi feito também à Argentina — que, comandada pelo então presidente Alberto Fernández, demonstrou interesse em integrar o bloco de países emergentes — num empenho de Lula da Silva, mas o actual presidente, Javier Milei, formalizou numa carta endereçada aos líderes dos países do Brics que não tem interesse na adesão.
O novo presidente argentino, eleito no final do ano passado, afirmou que “não se considera oportuna a incorporação da República Argentina aos Brics como membro pleno a partir de primeiro de Janeiro de 2024”.
Com os novos países, o Brics na nova configuração passa a representar perto da metade da população mundial, 36% do Produto Interno Bruto global e mais de 50% das reservas de hidrocarburantes do planeta. Em comparação, o Ocidente desenvolvido reunido no G7 (Estados Unidos, Alemanha, Japão, França, Itália, Reino Unido e Canadá) tem 9,8% da população e um terço da riqueza mundial.
Ainda não há definição se o nome do bloco, formado pelas iniciais dos cinco membros fundadores, irá mudar com a sua expansão.
Países deverão cumprir acordos
A expansão do bloco para permitir a entrada de novo membros levou meses de negociação entre os líderes dos países que fundaram o Brics.
Ficou acordado que os bancos centrais e ministérios das Finanças e Economia de cada país integrante do bloco económico ficarão responsáveis por conduzir estudos na busca da adopção de uma moeda de referência do bloco para o comércio internacional.
O grupo também acordou para continuar a trabalhar pela reforma da governança global, com foco no Conselho de Segurança da ONU.