A companhia canadiana Ivanhoe Mines vai iniciar no próximo ano actividades de prospeção mineira numa enorme área de 22.195 Kms2 nas províncias angolanas de Moxico e Cuando Cubango, revelou a própria companhia.
No início da semana foi assinado um acordo com o governo angolano pelo qual a Ivanhoe recebeu os direitos de prospecção numa área que fontes noticiosas descrevem como sendo “metade do tamanho da Suíça”.
A companhia disse que a zona em causa tem “altas perspectivas” para a exploração de cobre e que as suas operações deverão começar no início de 2024 após a mobilização de pessoal e material.
A Ivanhoe considera que as zonas não exploradas de Angola no Moxico e Cuando Cubango poderão ser uma extensão da famosa “cintura de cobre” (Copperbelt) da África Central.
Essa equipa irá fazer uso da “experiência e perícia” desenvolvidas nas suas actividades mineiras em duas zonas da República Democrática do Congo.
O cobre dessas zonas está já a ser exportado pelo porto angolano do Lobito.
No Moxico e Cuando Cubango a Ivanhoe terá que avaliar a existência ou não infra-estruturas como acesso a estradas, electricdade, água e outros requsitios, afirmam peritos.
A Ivranhoe tem direitos únicos de exploração de cinco anos e isso poderá ser prolongado para sete anos mas nesse caso terá que ceder 50% dos direitos.
“O nosso objectivo é tornar Angola um produtor global significativo de minerais estratégicos que o nosso planete tão deseperadamente requer para muitas geracões do futuro”, disse o co-presidente executivo da companhia Robert Friedland.
A companhia comprometeu-se com um orçamento inicial de exploração de 10 milhões de dólares em Angola.
Não houve até agora qualquer reacção nessas províncias ao anuncio do acordo, mas anteriormente organizações ambientais tinham manifestado preocupação com a situação social nessas provincias
No âmbito do projecto USAKI, o Mosaiko – Instituto para Cidadania tornou público um estudo sobre Direitos Ambientais e Humanos em Angola que afirma que em relação aos Direitos Humanos as províncias do Moxico e do Cuando Cubango são afectadas notoriamente por determinadas violações.
O relatório aponta que existem nas localidades examinadas pobreza multidimensional relacionadas ao acesso à educação, saúde, água potável, habitação segura, registo civil entre outros direitos indispensáveis ao bem-estar social.