Visita de Estado aos EUA: “Angola e o continente africano saem a ganhar” – Presidente João Lourenço

O Presidente João Lourenço, afirmou esta quinta-feira, 30 de Novembro de 2023, em Washington DC, que Angola e o continente africano vão sair a ganhar com a sua visita aos Estados Unidos da América.

Por: Diniz Kapapelo

Em declarações à imprensa, a saída do encontro, o Presidente João Lourenço manifestou satisfação, afirmando que os níveis das relações entre os dois países estão bastantes altos e Angola e o continente africano saí a ganhar.

Questionado pelos jornalistas, João Lourenço referiu mesmo que o encontro correu muito bem e que sai satisfeito com os resultados obtidos durante a conversa com o Presidente norte-americano.

“Só quero dizer que correu tudo muito bem. Correu melhor do que esperávamos”, disse o Presidente João Lourenço à saída da conversa a portas fechadas com o seu homólogo Joe Biden, tendo na ocasião acrescentado que, “os níveis das nossas relações estão bastante altos, há uma abertura total por parte da administração americana e, Angola e o continente vão ganhar com isso”, rematou.

Entretanto, do lado do Presidente norte-americano o sentimento é recíproco, tendo afirmado mesmo, durante o introito da conversa com o Presidente João Lourenço dado enfase nas ótimas relações existentes entre Angola e os Estados Unidos da América ao afirmar que, “não existe um país em África mais importante para os Estados Unidos do que Angola”.

Essa afirmação de Joe Biden, demonstra claramente a importância que o Presidente norte-americano atribui ao impacto da parceria entre Angola e os EUA, tendo mesmo prometido visitar o país africano.

A deslocação de João Lourenço a Washington ocorre no quadro da comemoração dos 30 anos de relações diplomáticas entre Angola e os EUA, formalizadas em 1993, pelo então Presidente norte-americano Bill Clinton.

Esta formalização pôs fim a uma fase de tensões políticas e de confrontação indireta, iniciada logo depois de Angola tornar-se independente, em 1975, como resultado da Guerra Fria que opunha a ex-URSS e os EUA.

Só em 1993, durante a presidência de Bill Clinton, foi possível normalizar a situação e estabelecer relações diplomáticas formais, que têm atingido novos patamares nos últimos anos, aproximando os dois países e povos.

Em três décadas, os dois Estados aprofundaram o intercâmbio, com visitas regulares de autoridades, empresários e outros actores, o que tem permitido partilhar experiências em vários domínios.

Actualmente, Angola é o terceiro maior parceiro comercial dos EUA na África Subsaariana, tendo o petróleo como um dos principais activos dessa parceria estratégica.

Além do sector petrolífero, a cooperação bilateral aumentou nos últimos anos, especialmente, na área da diplomacia comercial, o que permitiu aprovar vários projectos.

Na área de energia renovável, por exemplo, foi aprovado um financiamento de USD 900 milhões, no quadro dos projectos desenvolvidos pela companhia americana Sun África.

Na área de infra-estruturas, foi aprovado, este ano, USD 363 milhões para a companhia americana Acro Briz, que vai construir pontes metálicas em 18 províncias de Angola.

No Corredor do Lobito (província de Benguela), o Governo dos EUA conta investir USD 250 milhões, havendo ainda vários outros projectos ligados à área da digitalização.

Nesse segmento, existe uma cooperação com a companhia Africell, para a digitalização do dinheiro, no âmbito de um programa denominado ‘Dinheiro digital é melhor’, com um investimento de cinco milhões de dólares.

Outro investimento em curso em Angola está virado para a área do ambiente, sendo que os EUA estão a investir, no Delta de Okavango, cerca de USD 7,5 milhões.

Na área da segurança, foi rubricado, recentemente, um memorando de entendimento sobre como podemos fortalecer essa relação, tanto no sector da segurança marítima, quanto no sector de equipamentos.

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