Talatona: Invasores de terra arquitectam detenção do empresário Daniel Neto

O comandante municipal da Polícia Nacional do Talatona, subcomissário Joaquim do Rosário está a ser acusado de tudo fazer, com o apoio da Procuradoria-Geral da República (PGR) junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC), a detenção do Tenente-Coronel, Daniel Neto, através de um mandado de captura em curso devido, ao litígio contínuo de terra na zona do 11 de Novembro, em Luanda.

A estratégia de detenção de Daniel Neto, director-geral da empresa “Konda Marta”, tido como principal entrave na disputa de terra, visa a prisão preventiva do Tenente-Coronel neste mês de Dezembro, altura que decorrem as férias judiciais que vão até Março do próximo de 2024, período suficiente, segundo fontes, para os “invasores” conseguirem ver o terreno das camponesas vendido a um empresário libanês.

As camponesas revelam que o cliente que adquiriu um terreno de mais de 100 hectares, no Distrito Urbano da Cidade Universitária, das mãos de supostos oficiais da Polícia Nacional, pretende negociar, mas o comandante provincial de Luanda, Francisco Ribas, com apoio de Joaquim Osvaldo Dadinho de Rosário, teria prometido retalhar as camponesas com recurso a armas de fogo e a detenção do porta-voz das camponesas.

A orientação para a detenção do Tenente-Coronel, Daniel foi acelerada no mês de Novembro pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC-Talatona), após a visita de uma delegação da UNITA, encabeçada pelo secretário municipal, Damião Adolfo José. “Ele agora foi para outro lado”, disse um dos oficiais que trabalham com o comandante do Talatona, Joaquim do Rosário.

Segundo uma fonte do SIC, “com a presença da delegação do galo negro na área em litígio, o SIC e a PGR aceleraram o processo de detenção do empresário, mesmo se for notificado, alagando que anda desaparecido da sua residência.

Na manhã desta segunda-feira, 27 de Novembro, cerca de 70 camponesas da sociedade “Konda Marta” deslocaram-se até à Procuradoria-Geral da República (PGR), para saber o andamento do processo movido em Janeiro de 2022, contra o comandante da Polícia do Talatona, Joaquim do Rosário.

“Não se entende que uma figura que nós movemos um processo-crime de violência contra as camponesas, o processo nunca andou e o mesmo subcomissário continua a fazer das suas, e agora manda fazer um mandado para a minha detenção”, argumentou Daniel Neto.

Este portal sabe que na quinta-feira, 30 de Novembro, o secretário da UNITA em Luanda, Adriano Sapiñala, acompanhado de alguns deputados da bancada parlamentar do maior partido na oposição vai visitar as camponesas para constatar a real situação de um conflito de terra que já se arrasta há vários anos, sem fim à vista entre indefesas camponesas e altas patentes da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA).

Fonte: Rádio Angola

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