O Papa Francisco está envolvido numa polémica em solo norte-americano depois de ter supostamente punido o cardeal Raymond Burke, dos EUA, conservador e um dos mais fortes críticos do sumo-pontífice.
Burke será expulso do apartamento onde vivia depois de o Vaticano lhe revogar o direito a casa e salário.
Francisco, numa reunião no Vaticano a 20 de Novembro, terá dito, segundo adianta fonte à Associated Press, que pretendia expulsar Burke do apartamento pago pelo Vaticano e privá-lo do seu salário de cardeal reformado, já que considerava que era fonte de “desunião” na Igreja Católica. Outro funcionário acrescenta que o Papa considerou que Burka estava a usar os privilégios que tinha contra a Igreja.
A decisão foi inicialmente avançada pelo La Nuova Bussola Quotidiana, que assinala que é a segunda vez em novembro que o Papa Fracisco toma medidas contra um dos seus críticos conservadores.
Esta situação segue-se à da destituição do bispo de Tyler, no Texas, Joseph Strickland, que recusou renunciar após uma investigação do Vaticano à forma como geria a diocese.
“Se isto for verdade, é uma atrocidade que deve ser combatida”, reagiu Strickland, a propósito do caso de Burke.
Por sua vez, a Santa Sé não nega ter tomado estas medidas. Matteo Bruni, porta-voz do Vaticano, disse aos repórteres, quando questionado sobre o tem: “Não tenho nada de especial a dizer sobre isso”.
Burke, que ainda não comentou o caso, diz apenas não ter recebido ainda notificação oficial da aplicação das medidas.
O cardeal norte-americano tem criticado recorrentemente Francisco pelo seu projeto de reforma na Igreja Católica, incluindo a missão de a tornar um espaço mais acolhedor para os católicos LGBTQ+.
Mesmo no dia antes da suposta reunião onde a decisão foi tomada, Burke apelou entre conservadores do Vaticano que agissem contra “o veneno da confusão, do erro e da divisão” na Igreja, como assinala a Reuters.