Camponesas apresentam queixa-crime contra antiga sócia da empresa “Konda Marta”

As camponesas da empresa “Konda Marta, Comércio e Serviços Lda”, por meio dos seus advogados, apresentaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma queixa-crime, na sexta-feira, 17 de Novembro de 2023, contra a antiga sócia da instituição, Konda Marta, por alegado crime de burla e falso testemunho.

A participação foi movida por um grupo de camponesas que acusam a senhora Konda Marta, que à data dos factos era responsável máxima da empresa, de não honrar com os compromissos, até então estabelecidos com o colectivo de ex-trabalhadoras, na sua maioria com idades já avançada.

Na queixa-crime do escritório “Freire dos Santos e Advogados”, a que o Club-K teve acesso, já em posse da Procuradoria-Geral da República (PGR) junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC), as camponesas na sua maioria idosas, acusam a ex-sócia, com o nome da mesma empresa, de criar “entraves” na resolução do conflito de terra que há anos têm sido vítimas, “pelo facto da mesma se ter alinhado agora com os invasores”.

Voltaram a citar o nome do sub-comissário Joaquim do Rosário, Comandante da Polícia Nacional do Talatona, como alguém que mantém fortes interesses nas terras de camponesas, daí que, segundo as queixosas, o plano que tem sido gizado para a instrumentalização da ex-sócia da empresa Konda Marta, assim como outros indivíduos atrelados aos órgãos do Estado, passa por distorcer o processo e deixar tudo ao seu favor, conforme alegam as lesadas.

“Fizemos a queixa contra a senhora Konda Marta porque a mesma não está a ser sincera”, disse uma das camponesas vítimas desse processo.

As camponesas apelam ao governo uma solução, caso contrário, deverão manifestar-se defronte ao GPL onde farão também vigílias. (DR)

Na sua visão, a Konda Marta tem disseminado ‘inverdades’, como, por exemplo, a existência de apenas 30 camponesas no perímetro em causa. “Ainda assim, juntou-se ao Comandante Rosário para receber o pouco de terra que nos restou”, lamentou.

E, o porta-voz das camponesas, Daniel Neto, indignado com a situação, recordou que foi preso porque o Ministério Público terá alegado que o título de concessão de terra apresentado pela sócia Konda Marta, na altura, seria falso.

Em declarações à imprensa, o também Tenente-Coronel das Forças Armadas Angolanas (FAA) denunciou que, “agora é o mesmo documento, dado como falso, que o Comandante Rosário usa como escudo para dizer que a cidadã Konda Marta é a proprietária legítima das terras em causa”, contou.

O director-geral da Sociedade Konda Marta lamentou, mais uma vez, a actuação dos órgãos do Estado, que na sua visão “deixam-se instrumentalizar por um indivíduo, que usa o nome da instituição do Estado (Comando da Polícia de Talatona), em Luanda, para benefício próprio”.

“O Comandante Rosário, faz das suas sem ser punido civil e criminalmente. As lutas seguirão, até que a verdade seja reposta”, disse.

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