O agora ex-chefe de gabinete de António Costa tem prestado serviços de consultoria em Angola, em ligação com uma empresa que tem Guilherme Dray como administrador.
A descoberta de 75.800 euros escondidos no gabinete de Vítor Escária, no Palácio de São Bento, foi um dos episódios mais marcantes das buscas que tiveram lugar nesta semana no âmbito da Operação Influencer. O Ministério Público acredita que esta quantia provém de atividades ilícitas, mas a defesa do agora ex-chefe de gabinete de António Costa justifica este valor em numerário – que estava escondido em livros e jarras – com a atividade de Vítor Escária como consultor em Angola. E garante que não existiu qualquer ilegalidade, embora sem esclarecer se o valor em causa foi declarado ao fisco.
Ao que o NOVO apurou junto de fontes em Luanda, Vítor Escária tem de facto trabalhado como consultor em Angola, em ligação com uma empresa portuguesa chamada Intersismet, que tem entre os seus administradores o advogado Guilherme Dray, ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro José Sócrates (2009/2011) e do então ministro das Obras Públicas, Mário Lino (2006/2011). Recorde-se que Vítor Escária foi assessor económico de Sócrates neste período.