Activista argelina Amira Bouraoui condenada à revelia a 10 anos de prisão

O tribunal de Constantine (nordeste da Argélia) condenou esta terça-feira, 07 de Novembro, a activista da oposição franco-argelina Amira Bouraoui a 10 anos de prisão à revelia, revelou a imprensa local, noticiou o site Notícias ao Minuto.

O mesmo tribunal condenou também o jornalista Mustapha Bendjama a seis meses de prisão sob a acusação de ter ajudado Bouraoui a fugir para França, confirmou também Khaled Drareni, representante de Repórteres sem Fronteiras (RSF) em Argel.

A acusação tinha pedido 10 anos de prisão para Bouraoui e três anos para o jornalista, que, tendo em conta o tempo já passado em prisão preventiva, pode ser libertado imediatamente, declarou Drareni na conta pessoal na rede social X (antigo Twitter).
Amira Bouraoui, 46 anos, médica de formação, foi julgada por “saída ilegal do país”, depois de ter atravessado a fronteira entre a

Argélia e a Tunísia a 03 de Fevereiro.

Ao passar a fronteira, a activista desafiou a proibição de saída do país e acabou por ser detida em Tunes quando tentava embarcar num voo para Paris.

A activista conseguiu, no entanto, voar para França três dias mais tarde, apesar de as autoridades tunisinas terem tentado mandá-la de volta para a Argélia.

Argel descreveu a fuga de Bouraoui como uma “exfiltração ilegal” efectuada com a ajuda de pessoal diplomático e de segurança francês e chamou o embaixador da Argélia em Paris para consultas.

Bouraoui tornou-se conhecida em 2014 pelo envolvimento no movimento “Barakat” contra o quarto mandato do então Presidente argelino Abdelaziz Bouteflika. (DR)

O conflito diplomático foi resolvido em Março.

Bouraoui tornou-se conhecida em 2014 pelo envolvimento no movimento “Barakat” contra o quarto mandato do então Presidente argelino Abdelaziz Bouteflika, antes de se envolver no movimento de protesto “Hirak” e trabalhar para a estação de rádio privada independente Radio M.

O tribunal de Constantine condenou ainda Ali Takaida, agente da polícia de fronteira, a três anos de prisão e a mãe de Bouraoui, Khadidja, de 71 anos, a um ano de prisão com pena suspensa, segundo as mesmas fontes.

Os co-arguidos de Bouraoui foram acusados de “criação de uma associação criminosa, saída ilegal do território nacional, organização da imigração ilegal por uma rede de criminalidade organizada”.

Mustapha Bendjama foi detido a 08 de Fevereiro nas instalações do jornal francófono Le Provincial, com sede em Annaba (leste), do qual é chefe de redacção, no âmbito do ‘Processo Bouraoui’.

A 26 de Outubro, Bendjama foi condenado num outro processo a 20 meses de prisão, oito dos quais não suspensos, juntamente com o investigador argelino-canadiano Raouf Farrah, que foi libertado após ter cumprido a mesma pena.

Compartilhar

Leave a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *