Tapete sobre a realidade que diz representar – A semiótica de um mentiroso compulsivo – Celso Malavoloneke

Da montanha onde me refugiei, assisti a uma peça de teatro deveras interessante: um conhecido político decidiu falar para a Nação. Vai dali, rumou para as barrocas do Miramar à Boavista.

Estendeu um tapete na lama do chão, montou uns tripés para microfones, ligou umas colunas de som e, ZUPAS! sabulou a fala dele que Angola é só já aquela.

“S’isqueceu” da “outra” Angola que ele mesmo trouxe: dos Lexus e VX da Assembleia Nacional (AN) que o trouxeram ali; A camisa Mandela de 200 USD que se trapou, dos pisos bico-fino que teve o cuidado de estilar em cima do tapete. Dos vestidos de pano do Congo e sapato salto alto que as balabinas que o acompanharam se mimaram para inveja dos povos que transformaram em figurantes de uma peça teatral de pessimíssimo gosto.

Se entendessem de Comunicação, diria que tentaram uma semiótica de uma realidade que acolhem. Se entendessem… porque não percebem que ao entrarem com esses tiques todos naquela comunidade, transmitiram a verdade do que são:
Lobos obcecados que não hesitam em usar a miséria de outrém para se alcandorar ao Poder. Sem ética, porque sem vergonha…

Dizer fórmulas para melhorar a vida dos visitados que é bom, nada.

“Escolhemos o cenário que nos rodeia, muito próximo do centro da nossa cidade capital, para convidarmos o Governo e o seu titular à necessidade de retratar com coragem e verdade o país real”, disse Adalberto Costa Júnior, na sua réplica ao discurso sobre o estado da Nação. (DR)

Uma sugestão:

Que tal umas cestinhas básicas de agradecimento pagas com os 12 milhões que cada Deputado ia dar?…

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