IGAE chamada a intervir na Caixa de Previdência da Justiça para travar desfalques milionários

Figuras de proa do MPLA (partido no poder desde 1975) e, dos ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos, bem como da Administração Pública Trabalho e Segurança Social estão a ser acusadas de estarem envolvidas no desfalque milionário existente na gestão da Caixa de Previdência da Justiça.

Atendendo a recorrência dos desfalques na Caixa de Previdência da Justiça (CPJ) a Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) foi novamente chamada a intervir e repor a legalidade para salvaguardar os interesses dos associados, que deixaram de usufruir as benesses do fundo desde o passado mês de Março.

Segundo uma fonte do ECOS DO HENDA na comissão ad-hoc, o facto de o senhor Seretse Correia, ex-presidente do Cofre Geral de Justiça, já ter sido alvo de investigação da IGAE, com quem fora encontrado avultadas somas em dinheiro, admitindo na ocasião serem da Caixa de Previdência da Justiça, levou a que este órgão do Estado, dirigido actualmente pelo antigo Ministro do Interior, Ângelo da Veiga Tavares, ordenado 15 dias para que tais valores fossem depositados na conta da CPJ.

Entretanto, Seretse Corrêa teria colocado o montante numa conta do Banco Sol, mas que só ele e, outro cidadão identificado por Claudino Filipe poderiam movimentá-la, deixando o actual Presidente da Caixa, Arsénio Furtado de mãos atadas sem acesso aos fundos da instituição.

A mesma fonte, que prefere falar sob anonimato, por temer represálias e retaliação, adiantou ainda que uma das beneficiárias deste montante supõe ser a Juíza de direito identificada apenas por Falcão, irmã do actual Secretário para Informação do MPLA, Rui Falcão e, Domingos da Silva Filipe, um dos directores do MAPTSS.

“Ficamos pasmos como é que o documento que remetemos ao MAPTSS foi parar nas mãos do senhor Claudino Filipe”, suspirou, antevendo a hipótese de haver uma ligação entre o ex-director de informática do Ministério da Justiça Nelson Rodrigues, actualmente suspenso por alegado desvio de fundos, com a Ministra do MAPTSS.

Por se tratar de um crime, a fonte entende que os órgãos de justiça já deviam desencadear um processo contra os visados, mas um dos integrantes da lista C, no caso apenas identificado por Luakute, afecto a PGR, consta também de uma outra lista, ignorando todas as consequências que a má gestão tem vindo a causar aos associados, apontando o facto dos funcionários da CPJ estarem há quatro meses sem salários e, um dos colegas ter sido acometido por um AVC na noite do passado dia 24 de Outubro, em consequência das barreiras que têm vindo a enfrentar para resolver o diferendo que opõe o Conselho Directivo com os integrantes da suposta lista C.

Deliberação

A Comissão ad-hoc, mandatada pela Mesa da Assembleia Geral e o Conselho Directivo da Caixa, realizaram nesta quarta-feira, 25 de Outubro, uma Assembleia Extraordinária para pôr fim as falcatruas da turma dos que consideram de insurgentes da lista C, encabeçada por Claudino Filipe, que se roga ser assessor do Secretário-Geral do MPLA, Paulo Pombolo.

O conclave que decorreu de forma híbrida, deliberou a criação de uma comissão eleitoral que integrasse figuras independentes, para no curto espaço de tempo apresentar os requisitos para se candidatar e convocar as eleições, incluindo os da lista C;

Autorizar o Banco de Poupança e Crédito (BPC) a processar os salários dos funcionários em atraso e, por enquanto, os descontos ficam suspensos à todos os associados até a constituição da nova equipa de gestão.

A fonte lembrou ainda que o Ministro da Justiça, recomendou que se encontre uma solução plausível da situação, visto estarem em causa interesses dos próprios associados e não do Ministério.

O Na Mira do Crime, contactou esta quinta-feira, dia 26 de Outubro, Claudino Filipe, que prometeu conceder uma entrevista para esclarecer a situação, mas até a altura da publicação desta matéria não se dignou em satisfazer a promessa.

Lembrar que Claudino Filipe, foi Director Nacional dos Serviços Notariais e dos Recursos Humanos do Ministério da Justiça, o que segundo a fonte, lhe faz gozar de certa influência, ao ponto de muitos colegas associados absterem-se de participar dos encontros por temerem de uma possível retaliação.

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