O Governador provincial de Luanda, Manuel Gomes da Conceição Homem, afastou nesta terça-feira, 10 de Outubro, o administrador municipal do Cazenga, Tomás Bica Mumbundo, que ocupa o cargo desde Dezembro de 2020.
De acordo com informações obtidas pela Rádio Casimiro, que cita um consórcio de jornalistas,
Tomás Bica, o administrador que se assemelha com um governador, pela opulência com que “desfila” e anda com uma comitiva “anormal”, foi exonerado por orientação superior a pedido da PGR, uma informação que o seu partido, o MPLA em Luanda, já domina.
Sobre os ombros do camarada Bica pesam vários processos de vendas de terrenos, alvarás comerciais aos estrangeiros, situação que está a ser apontada como semelhante ao caso de Nelson Lopes Funete, que exercia o cargo de administrador municipal do Icolo e Bengo e que também acabou exonerado, após várias reuniões entre os membros do Comite provincial do MPLA em Luanda para analisar a solicitação da PGR.
PGR livre para investigar acusações contra Tomás Bica
Segundo apurou este portal, nos últimos dias surgiram informações segundo as quais um consórcio de jornalistas angolanos que investigam as acções do administrador exonerado, teriam concluído que Tomás Bica estaria por detrás de uma empresa registada com o nome: Minuila-Comércio Geral, Importação e Exportação, Lda, que já beneficiou de mais de um bilião, dezoito milhões, oitocentos e trinta e cinco mil, quatrocentos e cinquenta e nove kwanzas, das obras públicas no município do Cazenga, sendo que deste montante, 15 por cento terá sido enviado para outra empresa identificada por MPG Engenharia, Consultoria e Prestação de Serviço, pertencente a Mauro Pascoal Gonga, um testa de ferro do administrador municipal.
De acordo com a apuração feita pelo consórcio de jornalistas, a empresa MPG também é contratada por Tomás Bica, para simular fornecimento de materiais de escritório em compras que chegaram a custar aos cofres públicos 30 milhões de kwanzas.
As investigações denunciam ainda que, o dinheiro do esquema de corrupção está distribuído em diversas contas bancárias, registadas em nome de Judith Silove Gomes Mumbundo, esposa do administrador Tomás Bica, sendo que com este dinheiro, o casal Bica adquiriu dois imóveis em Portugal e constrói em Luanda, uma estrondosa residência, na zona do Kilamba, cujo interior se assemelha ao luxo do palácio presidencial.
Todas estas informações podem estar na base da exoneração do então Administrador do Cazenga que aconteceu esta terça-feira, 10, sendo que, deste modo, pode ser constituído arguido ou até mesmo detido pela Procuradoria Geral da República.
Em seu lugar, o Governador da Província de Luanda, Manuel Homem, nomeou Nádia Evalise Martins de Sousa Neto “Nádia Neto”, uma “ilustre desconhecida” que deve tomar posse hoje, quarta-feira, 11.