Corrupção no futebol: PGR faz vista grossa a acusação da FAF contra Bento Kangamba

A Federação Angolana de Futebol (FAF), acusou recentemente em hasta pública o general na reserva, político e empresário Bento Kangamba e o treinador da sua equipa Kabuscorp do Palanca, da prática de crime de corrupção, através da compra de resultados, o que culminou com a despromoção à segunda divisão do clube e a sua suspensão compulsiva por quatro anos sem praticar actos desportivos.

A medida que até aqui não passou do fórum administrativo da FAF, através do seu Conselho de Disciplina é visto como branda pelo jurista Frederico Pedrous.

“Relativamente a situação que diz respeito a compra de resultados, devo dizer que para além, das sanções ditadas pela FAF, seria e, é de todo legítimo que a PGR tome as rédeas da situação, muito pelo facto de ter havido uma denúncia pública”, apelou, atestando que por se tratar de um crime público e por estar a baila um ente, que por sinal oficial general na reserva, político e, sobretudo, alguém useiro e viseiro nas mesmas práticas, esse assunto deve ser levado com bastante seriedade.

Corrupção no futebol: Petro de Luanda ‘sai ileso’ e Kabuscorp desce de divisão. (DR)

A medida disciplinar da FAF, visava igualmente os clubes Atlético Petróleos de Luanda e a Academica do Lobito, mas estes viram as suas penas convertidas apenas em multas, avaliadas em 352 mil kwanzas (405 euros).

Bento Kangamba e o técnico Agostinho Tramagal estão obrigados ainda a pagar multas, na ordem de 528 mil kwanzas, segundo a comissão de disciplina da FAF, ao passo que o Kabuscorp do Palanca deverá ainda pagar uma multa avaliada em mais de sete milhões de kwanzas (8 mil euros).

O jurista defende a coerência dos órgãos judiciais por acredita que os implicados nos actos dever ser indiciados e responderem pelos crimes, uma vez que o Executivo pretende debelar a corrupção no país, por isso, não pode haver filhos e enteados na aplicação da lei.

Em causa está um áudio divulgado nas redes sociais, em Junho, no qual o treinador da Académica do Lobito Agostinho Tramagal referiu ter recebido dinheiro do Petro de Luanda e do Kabuscorp para viciar resultados, enquanto o 1.º de Agosto tentou corromper a sua equipa com sete milhões de kwanzas pela mesma razão.

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