Juristas angolanos manifestaram ceticismo quanto à cooperação com a polícia internacional, INTERPOL, afirmando que esta não tem levado, até agora, qualquer detenção de pessoas bem conhecidas procuradas pelas autoridades angolanas.
Por: Coque Mukuta*
Eles reagiam a declarações do secretário-geral da INTERPOL, Ahmed Nasser Al Raisi, que falando em Luanda, elogiou a cooperação com países africanos, afirmando que a mesma resultou em cerca de 2.400 detenções e na confiscação de mais de 126 milhões de euros.
Analistas contactados pela Voz da America, questionaram a eficácia dos pedidos de detenção de Angola a INTERPOL, fazendo notar, por exemplo, os pedidos de captura de Isabel dos Santos foragida nos Emirates Árabes Unidos e de Benilson Bravo da Silva, mais conhecido por “Tukayano, condenado a 15 anos de prisão por participar na morte dos ativistas Isaías Cassule e Alves Camulingue,” e que se encontra foragido na Europa.
O cientista político Rui Kandove disse que “essas pessoas provavelmente muitas têm outras nacionalidades e estão salvaguardadas a luz das mesmas”.
“Vai ser muito difícil a INTERPOL, consumar uma apreensão, e por outro lado, questiona-se também a eficácia da relação entre o estado angolano e essa instituição”, acrescentou afirmando que “essa relação não deve estar suficientemente afinada, doutro modo teríamos explicações destes casos que questiona”.
O Jurista Agostinho Canando, diz que o estado angolano não faz o que devia ser feito faltando colaboração das autoridades angolanas para a prisão dos vários foragidos na Europa, em África e até mesmo nos Emirados Árabes Unidos.
“A INTERPOL só não está fazê-lo, primeiro porque o próprio estado enquanto legislativo, executivo e judicial, não está a fazer aquilo que devia ser feito pois a INTERPOL não trabalha per si. É necessário haver colaboração e cooperação entre os estados e enquanto não houver cooperação não será possível tomarem a iniciativa da prisão destas pessoas”, disse.
*Voa