O bicampeão Petro de Luanda voltou a ganhar um jogo em solo moçambicano. O que se viu domingo no Estádio do Zimpeto, em Maputo, só não foi esclarecedor demais no resultado. Melhor, a vitória por duas bolas a uma, construída na etapa final do desafio com a União Desportiva do Songo, peca por escasso.
Por: Betumeleano Ferrão*
Uma vitória por mais de dois golos não constituiria escândalo. Nem mesmo o conturbado defeso que se assiste no futebol nacional e a sanção imposta pelo Conselho de Disciplina, levantada com efeito suspensivo, foi incapaz de fazer com que os tricolores fossem mais competitivos na partida com os hidroeléctricos de Tete.
Ontem, Alexandre Santos não precisou dos avançados para o serviço da ordem. Os golos do campeão nacional estavam cabeça e pés do central Kinito.
O alto nível competitivo do Petro na segunda parte criou pânico à equipa da União do Songo. Ou seja, quando o conjunto do Catetão decidiu acelerar, o Zimpeto ficou totalmente inclinado e deitou por terra a estratégia dos moçambicanos.
A qualidade individual e colectiva dos tricolores fez esquecer a falta de jogos oficiais. Nem mesmo o facto de Alexandre Santos ter jogado com três centrais, uma invenção táctica, afectou a estratégia preparada pelo campeão dos campeões nacionais para o desafio da primeira “mão”.
As entradas de Carlinhos e Guedes acabaram por ditar a morte dos hidroeléctricos. Contrariamente o que era de se esperar, Alexandre Santos optou por mandar para o banco de suplentes a super-estrela Tiago Azulão e Toro. Aí esteve um dos trunfos da vitória tricolor, pois sem o goleador brasileiro em campo, os defesas do Songo relaxaram, facto bem aproveitado, principalmente em situações de bolas paradas, porque tinha um exímio marcador.
O canto cobrado por Carlinhos foi meio golo. Guedes ajeitou de cabeça para Kinito que também de cabeça fez o 1-0. Corria o minuto 77 do jogo. Contudo, a festa tricolor foi sol de pouca dura, pois, aos 82´, num tento de belo efeito, Reginaldo repôs a igualdade no marcador.
Isso, porém, não abalou a estrutura psicológica dos jogadores do Petro. Pelo contrário. Acordou os petrolíferos que, aos 85´, novamente por Kinito, provocou um “curto-circuito” no Zimpeto. Estava feito o 2-1 e o avanço na eliminatória.
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