O Petro de Luanda contabiliza os danos e não descarta uma acção posterior para exigir a reparação, enquanto apronta a interposição do recurso ao Conselho Jurisdicional da Federação Angolana de Futebol (FAF), cuja procedência pode trazer a equipa de futebol de volta ao convívio dos “grandes”.
A equipa sénior de futebol está suspensa por dois anos, “por falta de colaboração com o Conselho de Disciplina da FAF”, no caso do áudio sobre suposta viciação de resultados e corrupção no futebol nacional, vazado em Junho nas redes sociais.
Contactado pelo Jornal de Angola sobre a questão, Sidónio Malamba, chefe de Departamento de Comunicação do clube, não confirmou a próxima acção, mas deu a entender que pode assacar responsabilidades.
“Vamos aguardar passo a passo. Primeiro daremos entrada do recurso, como referiu o nosso presidente. Aguardaremos o resultado para depois avaliar a eventual tomada de outras decisões em função do resultado”, disse.
Durante a conferência de imprensa que abordou o comunicado 31/SG/23, em que se anuncia a sanção ao emblema, Tomás Faria, presidente de direcção do Petro, admitiu inúmeros danos à reputação do clube, além de prejuízos financeiros não contabilizados, pelo facto da agremiação por si liderada estar a fazer a emigração do “meramente desportivo para o negócio”.
Referiu que a equipa trabalha com parceiros no sentido de fazer com que o dinheiro para manter os custos com o futebol venha do próprio futebol. O dirigente fez saber que os parceiros tendem a recuar.
“Os parceiros ao confrontarem-se com esta notícia, a primeira coisa que vêem é que corrompemos, não estão a ver que nós não colaborámos, é isto que está a impactar. Como vou lidar com alguém que está numa situação destas? Os prejuízos são enormes. As parcerias em curso ficam tremidas, por causa de um comunicado que achamos que, antes de sair, podíamos ser ouvidos”, explicou.
Tomás Faria reforçou que a agremiação desenvolve um projecto denominado “Autonomia Financeira”, em que o clube procura atrair receitas extra-Sonangol, sendo que já se ressente dos danos à imagem do clube. “Em 2022 conseguimos fechar com mais de 700 milhões de kwanzas extra-Sonangol. As perspectivas são de chegar aos mais de mil milhões neste ano. Mas isso não se faz quando, no mercado, você tem esta mancha que te é aplicada injustamente”, comentou.
Na sequência do comunicado da FAF, a condição do Petro de Luanda foi referenciada pela Liga Africana de Futebol no acto de sorteio da primeira edição da prova.
Segundo o sorteio, o Petro de Luanda deve defrontar, na primeira jornada, o Mamelodi Sundowns, da África do Sul.