O poder político indigitado ao governo, que emana do povo através do sufrágio universal, o voto, é um cajado com múltiplos poderes, todos com o condão de realizar a estabilidade social.
Um desses poderes é a capacidade de promover a unidade nacional, que pressupõe um relacionamento com o propósito de estado-nação entre todas as forças que partilham o quião soberano. o MPLA, inquivocamente é uma dessas forças, a UNITA, o BD, PH o PRS e a FNLA idem.
o MPLA, por sua vez, a condição de detentor do maior quião do poder soberano confere-lhe uma ascendência no grau de responsabilidade na garantia de materialização do valor unidade nacional.
Uma esfera nacional de sã convivência entre forças políticas com poderes soberanos implica o recurso permanente ao diálogo integrador, a plataformas de articulação e auscultação aberta, onde se possa acolher ideias positivas de quem não está no governo directamente, mas que podem ser usadas por quem esteja a governar.
O exercício governativo directo é mais incidente e realiza o desiderato da unidade nacional quando é o próprio governo o promotor de uma atmosfera de gestão do ego social em que todos os elementos que o gravitam participam de sistemáticatica, cordial e de forma objectiva. Portanto, MPLA não pode sonegar a sua responsabilidade acrescida de maior promotor da unidade nacional, inequivocamente.
O MPLA, UNITA e todas as outras forças políticas com confiança soberana são todos gatilhos do bem estar social e a consolidação do estado-nacão que se pretende em Angola, o imperativo categórico impõe que haja uma sã coabitação entre todas elas. São ambos actores nacionais importantes. O MPLA, enquanto partido que governa de forma directa é o factor X da convergência entre todas forças activas para a emancipação da unidade nacional.
As outras realidas políticas transnacionais, como no Brazil, os EUA e Portugal, por exemplo, a manutenção de uma relação moderadamente cordata entre os diversos actores políticos tem sido o factor chave da unidade nacional naquelas paragens.
O sistema vigente de diabolização adia cada vez mais a unidade nacional em Angola, e não é uma questão de co-responsabilidade entre os actores, o MPLA tem uma ascendência neste quesito.
O investimento no clima de diabolização e clivagens ciclicas contra actores importantes e a exaltação do ego do grupo/elitismo tem sido devastador para o país, com estilhaços nefastos para o futuro.
O MPLA, sua geração presente e vindoura, inequivocamente, ganhariam mais ao investir na implementação das premissas da unidade nacional do que investir na manutenção de um sistema cíclico e viciado de diabolização e clivagens, pois uma unidade nacional efectiva anula represálias e outros recalcamentos sociais negativos. Mas, o MPLA, ao promover um ambiente político de convivência social cordata, estaria a criar anticorpos para subsistir com e sem poder.
A unidade nacional é o X da questão, ela cria e consolida as premissas do estado-nacão, plataforma do bem-estar social, a sua promoção é responsabilidade do governo, sobretudo.
* Jurista