A UNITA questionou esta quarta-feira, 02 de Agosto, os receios em torno da sua iniciativa de destituir o Presidente João Lourenço das duas funções, negando quaisquer objectivos de golpe de Estado e sublinhando que esta é uma escolha do povo e não uma questão partidária.
O líder do grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola, Liberty Chiaka, considerou, em conferência de imprensa, que “não é uma questão de partidos políticos, a ser debatida em comunicados num espírito beligerante”, numa alusão à resposta do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder) sobre a sua proposta.
“O Presidente da República é um agente público, sujeito ao instituto constitucional da responsabilização”, reforçou o dirigente partidário, sublinhando que o dono do poder é o povo e que o povo tem o direito de escrutinar a governação.
O deputado apelou a que Angola “ultrapasse a fronteira dos partidarismos para poder crescer” e salientou que são ilegítimas a tomada e o exercício do poder político por formas não previstas nem conformes com a Constituição.
“É tudo dentro das instituições, não há arruaça, não há armas. Haja calma, serenidade, porquê tanta preocupação”, vincou o líder parlamentar.
“Se o processo de instrução fornecer e validar as provas de que houve violações à Constituição, traição à pátria, suborno ou corrupção da parte do senhor Presidente da República, o processo seguirá os seus trâmites. Tudo dentro da Assembleia Nacional”, explicou, elencando os trâmites a seguir no parlamento, entre os quais o facto de o processo poder ser iniciado por um terço dos deputados.
Cada um votará livremente, em nome do povo, de acordo com a sua consciência, disse Liberty Chiaka, que insistiu também que, nos termos do regimento da Assembleia Nacional, num processo de destituição presidencial “a votação é secreta”.
