Abel Chivukuvuku foi convidado pelo Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) para “botar faladura” no ciclo de debates que aquela organização tem promovido na Casa da Juventude em Viana -Luanda, denominado “Reencontro com a História”.
Por: Jorge Eurico
O certame teve lugar sexta-feira, 28. Houve casa cheia. Quando chegou a hora das perguntas e respostas, alguém da plateia quis saber que avaliação Abel Chivukuvuku fazia da governação de João Lourenço.
Abel Chivukuvuku escusou-se a responder directamente a pergunta. Ou melhor, respondeu com “trocas e baldrocas”.
Eis a resposta de Abel Chivukuvuku: “o meu papel não é avaliar a governação de outrem. Esse papel é do cidadão. Eu avalio o contexto que o País vive, se é positivo ou negativo. Eu não faço avaliação de pessoas. Faço avaliação de contextos”.
Se o papel de Abel Chivukuvuku não é o de avaliar a governação de outrem, não sei qual é o triste papelão que está a fazer como político na oposição.
Se Abel Chivukuvuku desconhece qual deve ser o papel de um político na oposição, então não vale a pena esfregar mãos e joelhos, como tem feito até aqui, para chegar à Presidência da República.
Ao escusar-se a avaliar a governação do Titular do Poder Executivo, Abel Chivukuvuku deixou cair a máscara e confirma que tem um “affair” com João Lourenço e por isso tem de falar de mansinho. Tem de bater a bola baixa. Nem que para isso tenha de trair a sua ideologia, os seus princípios, os seus colaboradores e o povo que ainda acredita(va) nele.
Interpreto a dúbia posição de Abel Chivukuvuku como uma brincadeira que roça à traição, bem ao estilo de Judas Iscariotes, que foi, tão somente, o mais famoso traidor da História até aos dias de hoje.
Judas, perdão, Abel Chivukuvuku falou na sexta-feira. Mas, apesar de não ser Sábado Santo, a mim apetece malhar no Judas, perdão no coordenador do projecto PRA JA ServirAngola que se arrisca a vir a ser considerado como um dos maiores traidores da cena política angolana.
Apetece-me dizer que Política é coisa muito séria para se andar aos zigue-zagues quando os cidadãos querem saber qual é o seu pensamento sobre o curso da governação do País. Política pressupõe compromisso com a Sociedade e não se compadece com rodeios, malabarismos ou eufemismos de quaisquer ordens.
A resposta dada pelo convidado do MEA à plateia – do jeito que foi formulada e apresentada – não tem outra relevância pública que não seja a de revelar o verdadeiro carácter de Abel Chivukuvuku.
Outra coisa que deve ficar clara é que o povo não gosta de ser traído.
Abel Chivukuvuku tem duas opções:
1) Ou abstêm-se de fazer política na oposição;
2) Ou manda-se de mala e cuia para o partido no poder. O que não lhe pode ser permitido é que brinque com assuntos sérios do País que afectam directamente a vida dos cidadãos. Ou é um político sério ou anda a brincar às políticas.