Depois de ter sido recebido pelo seu homólogo tswanês, Mokgweetsi Keabetswe Masisi, em ambiente de festa, na tarde desta quinta-feira, 20 de Julho, na cidade de Gaberone, capital da República do Botswana, o Presidente da República de Angola, destacou, ontem, sexta-feira, 21 de Julho, a necessidade de um trabalho conjugado entre Angola e o Botswana rumo ao importante desenvolvimento socioeconômico dos dois Estados.
João Lourenço lançou o apelo durante o jantar oficial oferecido pelo seu homólogo no quadro da visita de Estado, tendo apontado a agropecuária, energia e águas, indústria e comércio, hotelaria e turismo, geologia e minas, petróleos, preservação da natureza, formação técnico profissional e científica como as áreas de interesse comum.
“Durante o dia de hoje, passamos em revista questões ligadas aos diversos domínios da nossa cooperação, onde ficou patente a necessidade de redobrarmos esforços no sentido de serem criados mecanismos que nos permitam, numa primeira fase, concentrarmos a nossa acção e os nossos esforços nos sectores onde cada um de nós é mais forte, de modo a conseguirmos uma verdadeira complementaridade entre os nossos mercados e a necessária redução da dependência em relação a mercados que agregam menos valores e vantagens competitivas”, assegurou João Lourenço.
O Estadista angolano apontou o facto de Angola ter definido o turismo como um sector prioritário na sua estratégia de diversificação da economia, uma pretensão que passa, necessariamente, pelo aproveitamento das potencialidades turísticas da região angolana do Okavango, que é parte integrante da iniciativa regional da Área Transfronteiriça de Conservação Okavango Zambeze, integrada por Angola, Botswana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe.
“Este projecto transnacional constitui um grande exemplo de cooperação multilateral para a preservação dos recursos faunísticos partilhados, onde se destaca o elefante, que atravessam a nossa fronteira comum ao longo do corredor migratório de vida selvagem do Cuando”, frisou o Chefe de Estado angolano.
Apesar de Angola ainda não ter ractificado o Tratado do KAZA, João Lourenço adiantou que internamente se está a trabalhar na componente angolana do Okavango, tendo sido criado um grupo multissectorial para análise e inventariação dos recursos faunísticos e fundiários, para se ultrapassar todos os constrangimentos que condicionavam a plena participação nesta iniciativa.
De referir que, para a primeira visita de estado a este país da SADC, além de ter sido recebido no Aeroporto Internacional Seretse Khama, com danças tradicionais, no programa oficial da visita do Chefe de Estado angolano incluiram conversações com vista à definição de áreas concretas de cooperação entre os dois países.