Teve início esta terça-feira, 13, em Madrid, capital de Espanha, a Conferência sobre o Impacto da Vacinação, co-organizada pelo país anfitrião e a Gavi (Aliança Global para as Vacinas). O Presidente angolano, João Lourenço, é um dos convidados e discursa na quarta-feira (14).
Com a participação de representantes de organizações multilaterais, governos, sociedade civil, empresas e de universidades, o Presidente João Lourenço vai discursar, na qualidade de convidado, hoje, quarta-feira, 14, tendo em atenção a sua participação na vacinação contra a Covid-19 em Angola, que registou, até 5 de Maio último, 105 mil 669 doentes e mil e 936 óbitos, segundo dados oficiais.
O objectivo da conferência é avaliar o impacto alcançado pela Gavi (iniciativa da Fundação Bill & Melinda Gates) de Janeiro de 2021 até agora, período em que a iniciativa enfrentou o duplo desafio de apoiar, com os seus parceiros, a imunização de rotina e corresponder às necessidades da Covid-19.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, Angola administrou, até 15 de Abril de 2023, um total de 25 milhões, 186 mil 376 doses de vacinas, sendo que 15 milhões 653 mil 681 cidadãos apanharam a 1ª dose, uma cobertura de imunização de 83 por cento.Do total das vacinas administradas até àquele período, oito milhões 738 mil 631 foram doses completas, o que corresponde a uma cobertura de 46 por cento. A propósito da conferência, a ministra angolana da Saúde, Sílvia Lutucuta, disse segunda-feira (12), em Madrid, que Angola tem contado com o apoio da Gavi na personalização de todas as campanhas daquela aliança, do UNICEF e da OMS.
Angola tem a Gavi como um parceiro estratégico desde os anos 2000, sendo que, com a sua classificação a País de Renda Média, tem suportado os custos com a vacinação, com recurso ao Orçamento Geral do Estado.
Falando à comunicação social, a ministra Sílvia Lutucuta referiu que o país é reconhecido pelo seu investimento na aquisição de vacinas, mas continuará a contar com o apoio da Gavi, dos demais parceiros e doadores.
Sílvia Lutucuta informou ainda que as vacinas de HPV que previne o cancro do colo do útero, já existem no sector privado angolano e farão parte do calendário vacinal público, porque a intenção do Executivo é colocar ao dispor do público uma vacina de forma mais fácil, reduzindo o custo elevado praticado no sector privado.Igualmente, o mesmo esforço está a ser feito para a aquisição da vacina contra a malária, no quadro de parcerias com as organizações multilaterais e o Sistema das Nações Unidas.
“A vacina HPV existe no sector privado, mas com um custo muito elevado. O problema estava ligado ao facto de até bem pouco tempo a mesma ser produzida em quantidade reduzida, quadro que mudou, pois já é produzida em grandes quantidades, permitindo que a obtenhamos a preços reduzidos”, revelou.
Outro desafio, disse a governante angolana, é atingir o marco de zero doses, imunizando todas as crianças, bem como reforçar as cadeias de frio operacionais das campanhas de vacinação e apostar cada vez mais no investimento e na formação de quadros.
Para o efeito, disse, Angola conta com o apoio da Gavi e de outros parceiros estratégicos, frisando que o facto de, entre 2000 a 2017, ter sido classificada como país de média renda, fez com que o Executivo suportasse todos os custos com a vacina.
Sílvia Lutucuta informou, também, que o Presidente João Lourenço está a ser considerado campeão da vacinação, como reconhecimento internacional pelos esforços para atingir o nível de imunização contra a Covid-19.
O reconhecimento, disse, vem em prol do empenho desenvolvido no combate à Covid-19 e na assistência especial ao sector social.
Sílvia Lutucuta vai participar em dois painéis ” África amanhã ” e “Saúde, prosperidade, qualidade e oportunidade” durante os quais vai partilhar a experiência da utilização das novas tecnologias do sistema de informação e a revolução digital na estratégia de combate à Covid-19.
Enquanto isso, dados da Gavi referem que, desde 2021, a iniciativa forneceu mais de 1,9 bilião de doses de Covid-19 a 146 países, por meio do COVAX, e deu suporte a 32 campanhas de imunização em resposta a surtos ocorridos no ano de 2022.
Desde a sua criação, em 2000, a Gavi ajudou a imunizar mais de 981 milhões de crianças e evitou mais de 16,2 milhões de mortes, o que ajudou a reduzir, pela metade, a mortalidade infantil em 73 países de baixa renda.
A Aliança Global para as Vacinas tem, também, revitalizado o seu programa de imunização contra o HPV (que previne contra o cancro), devendo apoiar o lançamento da primeira vacina contra a malária no mundo, ainda este ano. Após duas décadas, está focada em proteger, principalmente, crianças que não receberam nenhuma vacina.
A Gavi, que reúne países em desenvolvimento e governos doadores, Organização Mundial da Saúde, UNICEF, Banco Mundial, indústrias de vacinas, agências técnicas, sociedade civil, a Fundação Bill & Melinda Gates e outros parceiros, desempenha um papel fundamental na melhoria da segurança da saúde global, apoiando os sistemas sanitários e financiando reservas globais de vacinas contra o ébola, cólera e febre amarela.