Lisboa: Confissões de JES serão lançadas hoje em livro escrito por Benja Satula e Solange Faria

Hoje, 9 de Junho, será o dia “D” da apresentação, na capital portuguesa, do livro “Confissões de um Estadista” da autoria do advogado e professor Universitário Benja Satula em co-autoria com Solange Faria (Psicógrafa), que transcrevem depoimentos partilhados pelo antigo Presidente José Eduardo dos Santos (JES). Para capital angolana, a apresentação está marcada para o dia 28 de Agosto, data do aniversario do falecido estadista angolano falecido em Barcelona, vítima de doença prolongada.

O livro, conforme o título faz jus, é baseado em “confissões” – no formato de psicografia – de José Eduardo dos Santos (JES), “feitas” depois de 2017, altura em que já estava fora do poder e a enfrentar momentos de marginalização pela ala do regime que o próprio criou instalou em quatro décadas.

Benja Satula, o autor da obra, chegou a convívio de JES, quando o antigo estadista decidiu constituir um advogado para defender os seus filhos que estavam a ser juridicamente perseguidos pelo seu antecessor. A partir da residência no Miramar, JES mandou chamar um antigo ministro de estado do seu governo Carlos Maria Feijó, expondo a situação. Este por sua vez, indicou que o jovem professor da Universidade Católica de Angola, Benja Satula, que há mais de 10 anos estava a se destacar no mercado.

Ao ser levado a residência no Miramar, Benja Satula, ouviu o velho desesperado sobre a situação do filho José Filomeno dos Santos, que acabava de ser preso por problemas ligados a uma transferência de 500 milhões de dólares feitas a partir do BNA, e que fora aprovada pelo próprio pai.

Em 2022, antes de regressar a Barcelona, onde recebia tratamento médico, Eduardo dos Santos enviou uma carta ao seu sucessor João Lourenço pedindo um encontro de trabalho para resolverem alguns pendentes. O portador da missiva seria, Manuel Paulo da Cunha, ‘Nito Cunha’, antigo director de gabinete de JES.

Ao receber a carta, João Lourenço acusou a recepção escrevendo “tomei conhecimento”. JES aguardou pela resposta, mas nunca foi atendido. Queria também ser ouvido pela PGR, conforme carta que fez chegar a algumas entidades políticas dentre as quais ao líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior.

Na fase final em Luanda, a vida do antigo estadista tornou-se um mártir. O seu sucessor não o recebia, a PGR não o ouvia, e a máquina de propaganda do seu regime criava uma “milicia digital” insinuando a sua família de financiar a UNITA. Paralelamente, via-se impedido de regressar a Barcelona para dar sequencia ao tratamento médico. Viu cortado os subsídios e desprovido de medicamentos, entrando em depressão. Perdeu cerca de 30 quilos. Regressou a Espanha com o coração partido, e contra a sua vontade foi-lhe imposto a antiga esposa, Ana Paula dos Santos para supostamente lhe cuidar, em Barcelona.

Numa publicação feita nas redes sociais, Benja Satula, co-autor do livro deixou no ar as seguintes questões:

“E se JES se dirigisse à Nação o que diria?
Se desse um testemunho sem subterfúgios e sem voltas que impacto teria em Angola? Se depois da morte física o seu Espírito (Espírito Eduardo) revelasse todos os segredos guardados desde 1975? Se ele revelasse o real motivo da Guerra pós 75?

Se revelasse os motivos do 27 de Maio?
Se falasse das eleições de 1992?
Da corrupção das famílias, das instituições que ajudou a (não) construir?

Se falasse dos erros da sua governação, dos “lobos” que criou e ajudou a engordar?
Dos partidos que desestabilizou e dos políticos (da oposição) que recebiam mesadas chorudas? Dos líderes religiosos que tinham “pacto” com o ele e o seu sistema?

Da maior decepção que teve depois de deixar a Presidência?
Pois então, tudo isto está dito e nada mais será segredo! tudo ficou dito nas “Confissões de Um Estadista”.

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