Informações ainda provisórias sobre os resultados oficiais das eleições legislativas da Guiné-Bissau que deverão ser anunciados nesta quinta-feira, indicam que a coligação liderada pelo PAIGC venceu o pleito com uma margem significativa em relação ao MADEM-G15, dado como favorito.
Segundo o África Monitor, as indicações no processo de verificação dos votos apontavam para a possibilidade do PAIGC (coligação PAI) ficar próximo da maioria absoluta, tendo em conta que os números recolhidos configuravam uma maioria próxima dos 52 deputados num total de 102 lugares em disputa.
No entanto, de acordo com a fonte, nas últimas horas, o MADEM-G15 terá recuperado alguma distância em relação ao PAIGC.
O diferencial entre o primeiro e segundo partido deverá rondar os 14-16 deputados, sendo que o PAIGC não deverá atingir os 50 deputados. Nos últimos dias decorreu a compilação final dos resultados pelas comissões regionais das eleições (CRE), a par da análise das diversas reclamações pendentes.
O PAIGC acusou o governo de procurar manipular os resultados através dos delegados nas CRE, formalizando uma queixa junto da Procuradoria-Geral da República, e o MADEM-G15 apresentou uma queixa formal na Comissão Nacional de Eleições contra os pronunciamentos de vitória de Domingos Simões Pereira (DSP), presidente do PAIGC, no dia das eleições.
São ainda referidas manobras de alteração dos resultados nas mais de 1.000 mesas de voto, através do sistema informático de apuramento, que o MADEM-G15 acusa de ser controlado por simpatizantes do PAIGC.
O resultado final está dependente do apuramento dos votos dos militares – cerca de 20.000 – tendencialmente favoráveis ao PRS (tendo em conta a lealdades étnicas à etnia Balanta) e, em menor proporção, ao MADEM-G15, face à proximidade entre o chefe de Estado Maior das Forças Armadas Gen. Biagué na N´Tam e USE. Os votos dos militares poderão ainda influenciar os resultados finais, embora não poderão afectar a vitória certa do PAIGC.
O Partido da Renovação Social (PRS) registou nova quebra, conforme esperado, ficando em terceiro lugar, seguido pelo Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), que terá conseguido conquistar 6-7 deputados.
A Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), do ainda Primeiro-Ministro Nuno Nabian, decisivo na constituição dos governos de iniciativa presidencial de Umaro Sissoco Embaló (USE), terá caído para um único deputado eleito.