Talatona: Camponesas anunciam manifestação e vigílias defronte ao GPL por causa da invasão de terrenos

Mais de 100 camponesas do Distrito Urbano da Cidade Universitária, no Município de Talatona anunciram a realização, para os próximos dias, de uma manifestação e vigílias defronte à sede do Governo Provincial de Luanda (GPL), contra a “usurpação” das suas terras por oficiais da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA) e de membros administração municipal de Talatona e da Cidade Universitária.

Em entrevista ao ECOS DO HENDA, as camponesas denunciaram que as Administrações do Talatona e do Distrito Urbano da Cidade Universitária, todos os anos, se recusam a concedê-las as licenças de construção, privilegiando apenas a parte que lhes têm usurpado os terrenos, concretamente, a equipa do Comandante do Talatona, Joaquim do Rosário e do Tenente-General, Rui Ferreira, que estão a erguer condomínios no local em detrimento das camponesas indefesas.

No terreno em litígio, onde as camponesas não foram capazes de “guerrear” contra altas patentes da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA), em conivência com o pessoal das administrações acima descritas, já foi construído o conhecido “Condomínio do Kino”, num espaço em que, os oficiais citados acima, são apontados de terem usado o nome do Estado angolano para satisfazerem os seus interesses.

Para tal, tiveram que correr com as camponesas instrumentalizando efectivos da PN, agentes do SIC, das FAA e Procuradores junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC).

As vítimas que pedem o fim da presença dos órgãos de defesa e segurança do Estado nos terrenos, por não serem elas as invasoras, mas os proprietários dos condomínios erguidos nas suas terras e apelam à sensibilidade do Presidente da República e Comandante-Em-Chefe, João Lourenço a garantir os direitos dos camponeses, que estão a ser obrigados a viver debaixo de “cubatas de chapas e papelões”.

“Só para terem uma ideia, documentos para a construção desses condomínios aparecem, mas para nós que somos os proprietários legítimos dessas terras, a administração não aceita nos dar as licenças”, denunciaram visvelmete indignadas.

As camponesas apelam ao governo uma solução, caso contrário, deverão manifestam-se defronte ao GPL onde farão vigílias. (DR)

Militares associados aos invasores de terras

De acordo com o Director-Geral da Sociedade Konda Marta, recentemente, essa empresa de direito angolano, cedeu um lote de terra à Liga dos Militares na Reforma (LIMAR), com o objectivo dessa organização ligada as FAA construir residências para homens e mulheres que lutaram para a defesa da pátria.

Daniel Neto, lamentou o facto do Tenente-General da reserva, Sebastião Augusto Manuel Sanda, não ter colocado, até ao momento, nenhum bloco no terreno para o início das obras e denunciou mesmo, que este responsável da Liga dos Militares na Reforma está também associado ao grupo de “invasores” para a expropriação de outros terrenos de camponeses nas proximidades do Instituto Superior Politécnico “Kalandula”, na zona do 11 de Novembro.

“Outra denúncia que queremos fazer é que, após a tomada de posse do novo Comandante Provincial de Luanda da Polícia Nacional, Francisco Ribas, o subcomissário Joaquim do Rosário deixou de fazer frequência nos terrenos nem enviar os seus homens do campo, com o receio de ser exonerado, mas agora, o Comandante do Talatona “voltou nos seus negócios de terrenos”.

O Director-Geral da Associação Konda Marta, foi mesmo incisivo em apontar, inclusive, os nomes dos pontas de lanças, também conhecidos por “homens de campo” do Comandante do Talatona, Joaquim do Rosário, “nomeadamente, o 3º subchefe do Comando da Polícia do Talatona, Sebastião Fernandes Manuel António e um construtor identificado apenas por Zacarias. São esses que cuidam dos negócios de terreno do Comandante municipal do Talatona”, denunciou.

Entretanto, o ECOS DO HENDA tentou contactar os visados nas denuncias, tanto das camponesas, como do Director-Geral da Sociedade Konda Marta, mas não foi bem sucedido.

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