O engajamento do Executivo angolano no sentido de tudo fazer para a conclusão, nos tempos previstos, das obras de construção do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo-Cabaça, na província do Cuanza Norte, foi reafirmado este sábado, na região, pelo Presidente da República, João Lourenço.
Em declarações à imprensa, após a cerimónia que visou o início do processo de desvio do curso das águas do rio Kwanza, para a construção da barragem, o Chefe de Estado disse sair com o sentimento de que muito trabalho já foi feito, mas que o acto de desvio do rio, acabado de assistir, é um marco importante para a continuação das obras deste importante projecto.
Com isso, afirmou esperar que dentro de sensivelmente três anos, mais concretamente em Outubro de 2026, se possa inaugurar aquela que será a maior barragem hidroeléctrica de Angola e a terceira maior do continente africano, depois de Assuão, no Egipto, e Cahora Bassa, em Moçambique.
“Nós vamos trabalhar para não parar, tudo fazendo para que na data estimada (Outubro de 2026) possamos colocar esta grande infra-estrutura ao serviço do país, da economia e das populações”, referiu.
Paralelamente, acrescentou o Presidente João Lourenço, o Executivo vai continuar a fazer investimentos nos outros domínios, como o da transportação da energia produzida nas principais fontes, sendo que neste momento estas encontram-se, fundamentalmente, na região do baixo Kwanza, para que ela possa servir toda a população.
O Estadista adiantou que, a par das linhas de transportação, serão construídas subestações e, por fim, efectuadas as ligações domiciliares nas distintas localidades e indústrias.
O Presidente reafirmou que o projecto tem financiamento confirmado do banco industrial e comercial da China, para a parte civil da obra, e de um banco alemão, para o custo das cinco turbinas que serão instaladas.
De acordo com o Presidente da República, se tudo correr bem e não existirem atrasos nos desembolsos os prazos previstos poderão ser cumpridos.
No entanto, salientou que o acto que teve lugar este sábado constitui-se num passo importante para a continuidade dos trabalhos, porque é a partir de agora que o empreitero civil vai começar a erguer a barragem.
O Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo-Cabaça situa-se ao longo do corredor do médio Kwanza, onde igualmente estão já implantados os aproveitamentos hidroeléctrico de Cambambe, Capanda e Laúca.
A área da bacia hidroeléctrica na secção da barragem é de 112, 663 metros quadrados e o caudal médio anual previsto total é de 591 metros cúbicos por segundo.
A albufeira, com nível de pleno armazenamento à cota (630), tem capacidade de armazenamento de 436 metros cúbicos por hora.
O Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça produzirá, em média, oito (8) mil e 566 gigawatts de energia por ano, permitindo uma economia anual de 2,850 milhões de toneladas de carvão e, consequentemente, uma redução de emissões de dióxido de carbono na ordem dos nove milhões de toneladas.
Estas reduções trarão benefícios ecológicos consideráveis, pois irão contribuir para a mitigação da poluição ambiental e para o controlo da emissão dos gases do efeito de estufa (GEE).