Luena: A cidade que nos espera – Muzangueno Alione

Parabéns cidade do Luena. São 67 anos de um passado glorioso, um passado de resistência, lutas e vitórias. 67 anos de um presente desafiador e um futuro promissor. Um futuro que conta com o envolvimento e a mobilização de todos os seus filhos e filhas para a construção e materialização do seu sonho de ser uma cidade próspera, inclusiva e sustentável.

Um futuro em que deixará de ser vítima. Vítima da guerra, da destruição e das minas. Vítima da incompetência, da corrupção, do desvio de fundos e da exploração desenfreada dos recursos naturais.

Um futuro em que deixará de ser vítima da devastação ambiental, que secou às águas das suas nascentes – o Rio Luena, o rio da vida que irrigava a nossa terra. Hoje chora as feridas da poluição que encerram a beleza da nossa inocência e brincadeira.

Saudades das tuas águas imponentes, do brio das ondas que davam orgulho e convidavam para o mergulho. Mergulho que desde a infância ensinou-me o significado de coragem e ousadia, pelos mistérios e perigos das suas correntezas das quais eu saltava do alto para as profundezas. Mas hoje chora, coberto de terra da devastação que enterra e encerra um capítulo que trás saudades.

Saudades do cheiro da chuva sem o lixo o e luxo do consumo que poluíram o teu véu e abriram ravinas irrigadas por dólares e contratos obscuros, que fecharam as portas do desporto e abriram espaço a obras paradas e esgotos fechados que clama por gestão e limpeza aos gestores de relacionamentos, de esquemas e pequenas.

Que cheiro é esse? É do início do cacimbo e do canto da andorinha? Não. É o cheiro do lixo e do canto do corvo. Que desgosto!

Eu sou testemunha do teu passado glorioso. Não muito distante. Minha cidade querida, minha cidade valente. Que encantas com o teu verde o coração de quem te serve de forma ética e competente. Não sabem o que perdem!

Perdem a cidade da paz, que os acolhe com bondade e humildade. Perdem esse clima ameno, o canto sereno das folhas das acácias. Perdem pela ganância e depois fogem, talvez dos sons dos tambores e batuques que denunciam com a música que dança perante as injustiças contra uma cidade sofrida, uma cidade quase esquecida, traída pelos seus filhos e ferida pelos oportunistas.

Minha cidade querida, ainda há esperança. Não desistimos de crescer e seguimos com confiança, guiados por uma crença inabalável no teu potencial, na busca do bem-estar como ideal de todos, em união com o teu povo, com os teus filhos que juntam vozes e assumem a responsabilidade de empregar toda a capacidade para o teu desenvolvimento.

Parabéns Luena, cidade da paz, da solidariedade que hoje nos une em um só coração.

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