A cada dia que passa cresce o número de pessoas a procura de plásticos e metais nas lixeiras de Luanda aumenta consideravelmente. Segundo os catadores de lixo, os valores arrecadados na venda do que encontram no lixo, conseguem sustentar as suas famílias.
Por: Mário Zua | Elizabeth Celma e Esperança Kuzwela
Bibiana Simão e Filomena Fernandes, são duas senhoras que residem no bairro do Bita Imbondeiro e Progresso que se dedicam a recolha de frascos de água de mesa e latas de cerveja e de gasosas usados para revender e com os proventos arrecadados sustentarem as suas famílias.
Todas as manhãs escalam a Centralidade do Kilamba para recolher bidões e latas com o objectivo de venderem às empresas de reciclagem. Bibiana, por exemplo, conta que é mãe de 10 filhos, mas apenas cinco estão em vida. Destes, os mais pequenos são gémeos de apenas 10 anos de idade e, felizmente, estudam numa escola estatal.

“A minha filha mais velha está com 40 anos e vende sacos para compras e lixívia na praça do Golf-2. Por outro lado, o meu marido não tem um emprego estável”, lamenta com o semblante carregado, referindo que, por isso, ela se submete ao trabalho de recolha de latas no lixo para dar sustento à sua família e, “apesar de não ser muito, dá para comer”, diz Bibiana Simão.
Entretanto, Filomena Fernandes, mãe de 6 filhos, disse que o mais velho tem 18 anos. O seu marido está desempregado e sem recursos para poder sustentar a família. “Esse é o motivo que fez com que eu deixasse de vender peixe na praia de Cacuaco e me dedicasse a recolha de latas e bidões”, garante.

“Os meus filhos menores estudam em explicações do nosso bairro, graças ao meu irmão, um oficial da Polícia Nacional, que paga as propinas dos sobrinhos”, sustentou, lembrando que consegue facturar por dia 700 a 1000 kwanzas, dos quais, cerca de 500 kwanzas ficam no táxi de regresso à casa, enquanto, o resto compra comida para a família.
Dona Filomena, segundo disse, vendia sacos na zunga, mas desde que o seu esposo ficou desempregado, passou a recolher resíduos plásticos e metais no lixo para sustentar a família.