Os professores das universidades públicas decidiram, esta sexta-feira, 5 de Maio, em assembleia, continuar com a greve, que já dura há mais de dois meses. Segundo o Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (SINPES), as reivindicações que vêm fazendo há muito tempo não foram atendidas pelo Executivo, que, para o desagrado dos docentes, estudantes universitários e encarregados de educação, continua em silêncio.
Os professores decidiram em assembleia interpolar a greve no próximo dia 12 de Maio, caso haja um pronunciamento do Executivo sobre a paralisação que já dura há mais de dois meses, no entanto, sem fim à vista.
Os docentes universitários lamentam o facto de estarem neste período de greve a sofrer descontos salariais por parte do departamento de Recursos Humanos do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI), que orientou as universidades a aplicar faltas e descontos aos professores que se encontram em greve.
Em assembleia, os professores mostram-se indignados com tal situação, que consideram ilegal, e asseguraram ser um grande desrespeito pela classe docente.
Silêncio do Governo demonstra falta de vontade política
Segundo o SINPES, o silêncio do Governo pode levar ao prolongamento da greve e consequentemente à anulação do ano académico 2023/24.
Os professores mostraram-se solidário com o secretário-geral, Peres Alberto, cuja família tem sido alvo de ameaças e agressões, nos últimos dias.
O SINPES garante que não vai recuar na decisão de ver satisfeito o aumento salarial e um seguro de saúde para os docentes.
“Até ao dia 12 de Maio, caso o Executivo reaja positivamente ao nosso caderno, vamos interpolar a greve. Caso não atenda, vamos continuar até aos 90 dias legais”, afirmou Eduardo Peres Alberto, secretário-geral do Sindicato de Professores do Ensino Superior no final da assembleia realizada esta sexta-feira, em Luanda.
Conforme os professores universitários, depois dos 90 dias de greve estipulados por lei, que terminam a 27 de Maio próximo, os docentes voltarão à greve após os 30 dias da interrupção.
“Queremos que o Executivo se pronuncie, caso não, vamos continuar com a greve porque já está demais”, asseguram os docentes.