“Não há nada mais desgastante do que um desgaste desnecessário”. Assim terminou o desabafo do jovem Wankana de Oliveira, Membro do Comité Provincial do MPLA de Luanda, um animador das redes sociais, referindo-se ao boato muito bem urdido, instalado e amplamente disseminado pelas redes sociais segundo o qual o Presidente João Lourenço não teria sido convidado na cerimónia de investidura do Rei Carlos III.
O boato que poderia ter sido rapidamente estancado através de um desmentido de fontes oficiais ou oficiosas circulou rapidamente manchando mais uma vez a imagem do Presidente João Lourenço.
De acordo com o militante, começa a ser difícil entender a postura de quem tem a responsabilidade, primeiro de antecipar os problemas, segundo entender o contexto e terceiro responder em tempo útil, por forma a diminuir o impacto negativo de qualquer infortúnio. Quase nunca acompanho o Wankana de Oliveira, na verdade, falamos poucas vezes. Geralmente não concordo com as postagens do jovem militante do MPLA.
Mas devo sublinhar que as preocupações levantadas são sim muito pertinentes. A quem interessa a instalação desse estágio de suspeição em relação às actividades do Chefe de Estado? A pergunta é meramente de retórica porque para mim, por exemplo, não interessa muito de onde vem o ataque, creio que há gente paga para fazer essa avaliação, pessoalmente, estou muito mais interessado na capacidade de resposta. Passaram-se mais de 72 horas e nada.
A única notícia contrária foi divulgada pelo CK. Ora, embora credível, o Club K, não é porta-voz do governo nem está na estrutura de comunicação da Presidência.
As vezes perde-se um excelente quadro, uma pessoa (no passado extraordinária), porque se lhe vende a ideia de que tem de aproveitar o momento, comprar terrenos e fazendas. Como é expectável, a pessoa muda automaticamente de foco e em vez de responder às suas obrigações profissionais, vai plantar tomate e batata, porque segundo, está aí o garante do futuro. Quem pensa assim não está errado. O problema é que enquanto tem a cabeça na cebola e nos alhos, deixa a baliza do Presidente completamente desguarnecida. É preciso tempo, competências, mas sobretudo, inclinação.
É com perplexidade que assisto o desgastar, dia sim, dia também, da imagem do PR JLO.
O mais fácil, como sempre, seria receber um ataque da senhora Aguiar, dizendo que se está diante de um exercício de bajulação, mas não é o caso, garanto. É que toda vez que o Presidente sai do país há problemas de interpretação, boatos, fala-se e diz-se. Ora, já é tempo suficiente para avaliar, ponderar e construir uma abordagem diferenciada. De outro modo estaríamos diante de um João Galamba a moda angolana. Quero sair do governo, mas dá-me jeito estar no governo. O Costa de lá e o Lourenço de cá estão sintonizados!