Luanda: Prédios da época colonial ‘pedem’ manutenção urgente para não desabarem

Uma ronda feita pela equipa do Ecos do Henda, na cidade de Luanda, para constatar a actual situação, ligada aos prédios que vão dando sinais de desabamento um pouco pela cidade capital, sendo que, o pior, pode mesmo acontecer caso não sejam intervecionados por quem de direito.

Por: Márcio Xilo e Jéssica Kutala

Um prédio de construção de época colonial portuguesa, que se situava entre a extensão da grande Avenida dos ex-Combatentes e a zona do Kinaxixi, mais precisamente na entrada da zona do ex-largo Maria da Fonte, teve um abalo técnico e o prédio se foi abaixo como se estivesse numa zona de terramoto com movimentos bruscos de terra. O prédio desabou deixando tido e todos atónitos sem conhecerem as reais causas dessa situação que apenas ocorreu na madrugada de 29 de Março de 2008, com o colapso do antigo edifício urbano da Direção Nacional de Investigação Criminal (DNIC).

De acordo com informações avançadas recentemente pelo Governo Provincial de Luanda, a avaliação preliminar do estado do edifício feita pelas autoridades permitiu a evacuação atempada dos moradores, que se encontram alojados numa unidade hoteleira.

O edifício 41 da Avenida Comandante Valódia vinha sendo acompanhado pelas autoridades competentes, o que permitiu um diagnóstico atempado da condição de deterioração da infra-estrutura.

Para Tozé Fula, ex-morador daquela zona, “este prédio foi simbólico, porque muitas vezes, fazíamos saltos nos anexos. Eu circulava por toda aquela zona desde os três anos de idade, porque até tive amigos de infância que viviam por aí, era também uma passagem que usávamos parte do quintal para chegarmos ao Maculusso e na zona do Zé Pirão”, explicou, garantindo que, felizmente, não houve mortos nem feridos durante a queda do prédio.

“Só não aconteceu o pior porque já tinhamos sido avisados para abandonarmos o prédio”, sustentou, para depois dizer que, os morados dos edifícios ao redor também estavam sob alerta.

“Mas é importante que os técnicos do Governo de Angola nas áreas de Construção Civil, façam um estudo real sobre o que poderá acontecer, daqui por diante, com os prédios que estão nos arredores do prédio que desabou, principalmente, os que estão em todos os corredores de um lado e do outro da rua por serem todos antigos”.

Prenda: Edifícios dos lotes já abanaram e uma das vigas do lote 9 desabou

Se por um lado, o edifício do Kinaxixi ruiu sem ter feito vítimas, já que as autoridades tinham colocado os moradores sob aviso, por outro, os sinais de ‘cansaço’ de alguns prédios dos lotes do Prenda, no Distrito Urbano da Maianga deixa antever que poderemos ter um desfecho diferente, já que os edifícios dos lotes 1 e 9 tiveram abalos ‘quase sismicos’, tendo uma das vigas do lote 9 desabado e deixado alguns moradores com os ‘cabelos eriçados’ e com medo do pior, embora, tenham se mantido incólumes no edifício.

Entretanto, a queda deste prédio, mostra que os edifícios construídos no Largo do Kinaxixi, ex-Maria da Fonte, e arredores, talvez estejam a colocar em perigo a vida dos moradores daquelas infra-estriuturas construídas no tempo colonial.

O prédio do Baleizão, o mais antigo, construído no século XVII, no início da colonização, foi desalojado há mais de cinco anos devido a falta de reabilitação. Os moradores foram evacuados para a centralidade do 44 e outras famílias, para a centralidade do Kalawenda.

Por outro lado, alguns prédios do Kinaxixi e ex-Congoleses não são reabilitados faz muito tempo, o que dificulta a estadia dos moradores, visto que eles têm de subir as escadas todos os dias por falta de elevador.

Os habitantes do prédio “sujo”, no Marçal, viram o visual do seu prédio mudar com a reabilitação feita por conta das reclamações feitas levadas à quem de direito. Ainda assim fica uma questão no ar: será que foi feita uma intervenção profunda ou apenas pintaram o edifício?

A todos esses prédios que foram citados, localizados na capital do País, pede-se as autoridades da cidade de Luanda no sentido de se fazer um diagnóstico sério aos edifícios do tempo colonial antes que uma tragédia aconteça.

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