A organização Bombeiros Sem Fronteiras (BUSF) CPLP garantiu apoio técnico e com especializado para minimizar o sofrimento das famílias que vivem na famosa zona da Sétima Avenida no Cazenga, que nos últimos tempos entraram no mapa das preocupações da sociedade angolana devido as mortes por afogamentos de crianças na vala feita pela Administração municipal do Cazenga há sensivelmente oito meses.
Por: Diniz Kapapelo
Segundo o Comandante da BUSF, Flávio Canhongo, que na semana finda, deslocou-se aquela zona do Cazenga com uma equipa do seu pelouro para constatar in loco o sofrimento pelos quais passam aquelas populações, ouviu dos moradores as principais preocupações e tomou boa nota do que viu e ouviu, tendo traçado algumas metas de apoio emergenciais no âmbito das suas responsabilidades sociais no sentido de mitigar o sofrimento daqueles cidadãos.
“De facto é lastimável ver as condições que os munícipes da Sétima Avenida, aqui no município do Cazenga estão a viver e, foi com base na nossa responsabilidade social, enquanto força tarefa para emergências, que viemos constatar de perto as necessidades da população para decidir o que devemos fazer de forma prioritária para acudir esses cidadãos que aqui vivem para evitar que acidentes como os que se registaram recentemente, com a perda de vidas humanas, não se voltem a repetir”, começou por explicar o Comandante em breves palavras à imprensa após a visita de constatação.
Flávio Canhongo, garantiu ter feito, com a equipa que o acompanhou aquela zona considerada de alto risco, em função da profundidade da vala e proximidade das portas das residências dos cidadãos, que são obrigados a esgueirar-se e andar rentinhos as paredes para que o pior não aconteça, um levantamento estratégico e deixou garantias de actuação, primeiramente, na prevenção da saúde e, posteriormente na recolha de lixo e sucção das águas pluviais.
“Porque nos deparamos com elementos críticos que invadem a imunidade dos moradores. Essa situação vais nos levar a alocar pessoal qualificado na área da saúde para intervir de forma directa nessa comunidade. Depois vamos intervir junto do governo e entrar numa mediação no sentido da BUSF fazer algumas pontes para prevenir alguns acidentes que têm ocorrido aqui na zona”, elucidou.
Recolha de lixo e escoamento das águas
No capítulo da prevenção, Flávio Canhongo, apontou como prioridade a recolha de resíduos sólidos e criar uma campanha sanitária para aferir o estado de saúde das populações porque, em função das águas paradas há muito tempo e o excesso de lixo que invadiu a sua zona de residência, poderão estar a viver com diversas patologias.
“Daí a necessidade dos nossos médicos sem fronteira intervirem de forna directa com a prestação de consultas e também a oferta de mosquiteiros para minimizar o sofrimento dessas famílias que aqui vivem”, sublinhou.
Retoma dos trabalhos enquadradas no âmbito do PIIM
Em relação a mediação que a BUSF poderá fazer junto do Governo, o Comandante dos Bombeiros Sem Fronteiras disse que, enquanto organização parceira do Estado angolano, vão advogar junto das autoridades que têm o poder discricionário nessa localidade, mais propriamente, com o Governo provincial, na pessoa do Governador Manuel Homem, no sentido de se poder fazer um trabalho preventivo que possa impedir a ocorrência de acidentes fatais, como os que ocorreram recentemente, onde pelo menos, duas crianças perderam a vida.
“Sabemos que esse não é um problema apenas do Estado, mas de todos os angolanos, incluindo os próprios munícipes daqui da Sétima Avenida, enquanto cidadãos que sofrem, na primeira pessoa, essa situação lastimável”, apontou, reiterando, daí a necessidade de apoiar com especialistas, no âmbito da boa cooperação com o governo para a colocação de pontes para a travessia dos moradores de um lado para o outro e a sucção das aguas pluviométricas que vão aumentando de nível cada vez que chove em Luanda.
Em gesto de conclusão, Flávio Canhongo apelou aos moradores da Sétima Avenida no sentido de evitarem colocar resíduos sólidos na vala porque aumenta o risco de enfermidade para a saúde daquelas famílias e pediu um pouco mais de paciência porque dias melhores virão.
Em relação a actuação do Estado, o Comandante dos Bombeiros apelou a responsabilização das empresas que venceram o concurso público e as quais foi adjudicada essa obra enquadrada no âmbito do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).
“O Estado somos todos nós, mas a quem está a dirigir-nos devemos apelar no sentido de serem rigorosos no cumprimento das clausulas contratuais com as empresas que prestam qualquer serviço público, principalmente, estes que podem colocar em risco ou perigo a vida das populações”, apontou, sugerindo a troca da empresa vencedora do concurso público a quem foi consignada a empreitada para reparação daquela rua de grande importância, mas que, ao que tudo indica, não está capacitada para o efeito.
Importa referir que, depois de ter sido escavada a vala da Sétima Avenida para a terraplanagem da zona e colocação de tapete asfáltico, para requalificação daquela via que vai ligar os municípios do Cazenga e de Viana, pelo menos duas crianças, uma de 14 e outra de quatro anos, perderam a vida ao escorregarem naquela vala em dias de chuva.