Faz hoje nove dias desde que a ENDE desligou o fornecimento de energia ao condomínio da Sonangol, denominado Girassol. O motivo, segundo a direcção de Clientes de Alta e Média Tensão daquela Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) aponta avultadas dívidas e incumprimento de acordos como base da medida.
Uma dívida de mais de 350 milhões de Kwanzas está a dividir a Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) e a administração do Condomínio Girassol, em Viana, que está privado de energia desde as últimas horas do dia 20 de Março, na sequência de reiterados incumprimento no pagamento de dívidas ao abrigo de um acordo junto daquele organismo, revela uma nota de corte do órgão a que o Kieto Economia teve acesso.
De acordo com o documento, assinado por um alto funcionário da Direcção de Clientes de Alta e Média Tensão daquela empresa estatal, na base deste posicionamento está o avolumar de dívidas da administração junto daquela direcção e a violação sucessiva de vários acordos de pagamento por parte da administração do condomínio, que, por várias semanas foi alertado desta medida que está a deixar os moradores daquela circunscrição de Viana às escuras.
“Na sequência do incumprimento sucessivo dos vários acordos para o pagamento da dívida de consumo de energia eléctrica por parte da administração do condomínio em Viana, somos a comunicar que iremos proceder ao corte no fornecimento da energia eléctrica ao condomínio, no próximo dia 20 de Março do corrente ano, caso não se verifique qualquer pagamento até às 12h00 da data acima referida”, determinou a nota da ENDE, entretanto, já colocada em execução.
Ao que apurou o Kieto Economia de técnicos da direcção central da ENDE, o corte ou a retirada de energia é medida de última instância. Ou seja, os técnicos só se deslocam às residências para proceder ao corte após violações repetidas dos avisos da empresa pública de electricidade, o que está agora a acontecer com os moradores daquele condomínio que é uma das várias propriedades imobiliárias da Sonangol, a maior empresa de Angola.
Assim, e segundo denúncias anónimas postas a circular nas várias plataformas de media social, entre outros canais, já passam quase duas semanas desde que os moradores daquele referido condomínio sobrevivem sem a energia da rede pública. Alguns estão a recorrer, por exemplo, de esquemas de partilha de energia com moradores de condomínios vizinhos ou de residências fora daquela propriedade.
Numa das denúncias chegada à nossa redacção, é apontado o administrador do referido condomínio, o senhor Flávio Kizomba, e um grupo de moradores como sendo os culpados da tão alta dívida que diverge os técnicos da ENDE com os demais moradores. “Esta é uma dívida que ninguém está a perceber como é que se constituiu. Mas disseram que a Sonangol transferiu algum valor para cobrir a mesma”, contou a fonte, que antevê mesmo que entre hoje e amanhã a energia restabeleça como fruto desta boa vontade da maior empresa de Angola.
Segundo ainda a fonte, que é um morador antigo do referido condomínio, no Sábado realizou-se uma assembleia que visava apurar as dívidas da administração com a ENDE e afastar Flávio Kizomba da administração, encontro que, devido aos ânimos alterados dos consumidores de serviços da ENDE, acabou em confusão.
O autor da denúncia chegou mesmo a sugerir que, para que tal não suceda nos próximos tempos, ou outras administrações, a ENDE poderia optar pelo sistema dos contadores pré-pago como mecanismo de cada cliente gerir o consumo e assim estarem dissipadas as quezílias entre uma entidade e outra. Este jornal tentou, por várias via, contactar Flávio Kizomba, administrador do Condomínio Girassol, bem como seus auxiliares nesta tarefa, mas, até ao fecho deste artigo, não obtivemos respostas.