Uma delegação de três deputados da UNITA, principal partido da oposição em Angola, foi impedida de se encontrar com um cidadão angolano Gelson Emanuel Quintas, mais conhecido por Man Gema, que fugiu para Moçambique depois de ter sido, alegadamente, ameaçado de morte em Angola, ao denunciar altos oficiais da policia de envolvimento no tráfico de drogas.
Man Genas chegou a Maputo com a mulher, grávida, e dois filhos, tendo ela e as crianças sido enviadas a um centro de detenção para mulheres, enquanto ele está sob custódia das autoridades.
O quatro vice-presidente do Grupo Parlamentar da UNITA, que chefiou da delegação, Olívio Quilumbo, disse à Voz da América que depois de ter estado no Serviço de Imigração e Fronteiras e no Ministério do Interior, o pedido de encontrar-se com Man Genas foi indeferido.
“Só podemos concluir que o Governo moçambicano mostrou-se indisponível em atender a nossa solicitação, que é tão simples”, afirmou Quilumbo, que explicou os contactos marcados e até uma carta que lhes foi pedida para que o Governo os autorizasse a visitar o cidadão angolano “que está sob custódia, não foi condenado, nem está preso.
“Mesmo que tivesse sido condenado, as cadeias têm dias de visitas e nós podíamos visitá-lo nesta condição”, continua aquele deputado angolano, tendo reiterado que ele e os seus colegas ficaram “bastante desagradados” e só lhes restam duas hipóteses: “Ou ele está extremamente debilitado, que não pode ser visto ou temos de pensar no pior”.
O interesse da visita a Man Genas foi divulgada também pelos deputados da UNITA ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação. Olívio Quilombo disse estar muito preocupado com a saúde da mulher de Man Genas que está prestes a dar à luz e que, “segundo vídeos a que tivemos acesso terá sido violada em Angola enquanto o esposo terá sido baleado três vezes.
O deputado garante que o seu partido vai continuar a seguir este caso e fazer o que poder por “razões humanitárias”. Questionado sobre o interesse neste caso, sabendo que Man Genas tem um historial de problemas com o crime, Quilombo garantiu ser por razões humanitárias porque “se ele tem problemas com a justiça, terão de ser resolvidos pela justiça”, mas neste momento está em causa a situação dele e da família.
Em Maputo, os deputados da UNITA mantiveram encontros com os seus homólogos da Renamo, “que nos ajudaram muito”, segundo Olívio Quilombo. Man Genas e a família fugiram para Moçambique há mais de um mês.
A esposa dele, Clemência Suzete Vumi, disse ter sido ameaçada na sequência de denúncias que fez sobre o suposto envolvimento de altas figuras da Polícia Nacional e dos Serviços de Investigação Criminal no narcotráfico.