Ataque com faca em Portugal: Vítimas do centro ismaili são duas mulheres portuguesas

Duas portuguesas morreram esfaqueadas no Centro Ismaili em Lisboa. Atacante afegão foi atingido pela PSP numa perna e levado para o hospital de S. José. Viúvo, com 3 filhos, chegou a Portugal em 2021.

As vítimas mortais do ataque ao centro Ismaili desta manhã tinham cerca de 20 e 40 anos. A vítima mais nova, avançou ao Observador um familiar, era assistente social e tinha em mãos o processo de naturalização do cidadão afegão autor do ataque.

A mulher estaria no centro há pouco tempo, conta o primo da vítima (ao lado do irmão da mesma), sem conseguir precisar uma data para o início dessa colaboração.

Conta também que toda a família era membro da comunidade Ismaili e que nunca tinha tido conhecimento de quaisquer ameaças por parte do autor do ataque que, além das duas vítimas mortais, provocou ferimentos numa terceira pessoa — o professor que dava a aula de português no centro quando o ataque ocorreu (e a que o atacante assistia) e que recebeu tratamentos no Hospital de Santa Maria.

Atacante terá chegado a Portugal há um ano. Mora em Odivelas e tinha aulas de português no Centro Ismaili

O homem de nacionalidade afegã que esta manhã matou duas funcionárias e feriu gravemente um professor nas instalações do Centro Ismaili, em Lisboa, não é desconhecido nesta comunidade muçulmana.

Ao Observador, fonte do centro explicou que o homem chegou a Portugal há mais de um ano (outubro de 2021), depois de a mulher ter morrido num campo de refugiados na Grécia.

Veio com os três filhos menores, que de acordo com a mesma fonte estarão na escola, e está a viver na zona de Odivelas.

Ia frequentemente ao Centro Ismaili, que presta auxílio à comunidade de refugiados em Portugal, não apenas para ter aulas de português para estrangeiros, mas também para receber apoio alimentar.

Bispos católicos lamentam ataque e sublinham importância do “diálogo entre as diferentes religiões” para “construção da paz e do bem comum”

A Conferência Episcopal Portuguesa lamentou esta tarde o ataque no Centro Ismaili de Lisboa e sublinhou a importância do “diálogo entre as diferentes religiões” para a construção da paz.

“A Conferência Episcopal Portuguesa manifesta a sua profunda consternação pelo ataque ocorrido hoje no Centro Ismaili de Lisboa que vitimou, mortalmente, duas pessoas”, lê-se numa nota de pesar divulgada pelo organismo máximo da Igreja Católica em Portugal.

“A nossa proximidade orante e solidária dirige-se, neste momento, às famílias enlutadas e à comunidade ismaelita que sofrem as consequências de um ato chocante”, acrescenta o comunicado.

“Reafirmamos, nesta dolorosa ocasião, a importância que o diálogo entre as diferentes religiões assume na construção da paz e do bem comum de uma sociedade”, termina a nota.

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