Associação Angolana de Ajuda ao Consumidor acusa Ministério do Comércio de ser árbitro e jogador

Instituído há 61 anos, 15 de Março, é consagrado dia mundial do consumidor. Por cá, associações nacionais, mostram-se preocupadas, com a falta de estatuto orgânico do Instituto Nacional de Defesa ao Consumidor (INADEC), entidade reguladora das associações privadas.

Por: Agostinho Paulo

Sensibilização, vistória rigorosa aos produtos e incentivo ao habito de denúncias, foram as palavras de apelo no quadro das festividades do dia mundial do consumidor, instituído em 1962,!nos Estados Unidos de América.

O palco escolhido para acolher a jornada comemorativa, foi a cidade da China, por sinal um dos maiores campo comercial do país.

Pedro Bala, porta-voz da Associação Angolana de Ajuda ao Consumidor (AAAC), salienta que apesar das inúmeras dificuldades de várias ordens, acredita que a sua associação revolucionou a relação entre agentes comerciais e consumidor.

De acordo com o porta-voz, os consumidores hoje estão mais esclarecidos quanto aos seus direitos e deveres. “Ainda não atingimos o nível desejado, mas, lhe garanto que quanto a este quesito, muita coisa já foi feita”, sorriu.

Pedro Bala, mostra-se também ‘preocupado’ com o posicionamento do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC), que, por incrível que pareça, continua sem estatuto para regular a actividade comercial depois de ter perdido o espaço de actuação para a ANIESA.

“Não se percebe porque é que uma instituição, criada para salvaguardar e defender os direitos do Consumidor fica sem competências”?, questiona.

Por este facto, a Associação Angolana de Ajuda ao Consumidor defende que o INADEC, “seja um órgão independente”, ou passe a ser fiscalizado pelo Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos.

“Esta relação de árbitro e jogador, ao mesmo tempo, destapa os conflitos existentes entre bancos, seguradoras e clientes, que violam grosseiramente o artigo 78° da Constituição da República”, acusa.

Por sua vez, João Diogo Lourenço, presidente da Organização de Defesa do Consumidor (ODC), reprova a existência de produtos alimentares em línguas estrangeiras.

Segundo aquele responsável, devia-se apertar mais os agentes econômicos, porque acrescenta, isto é um ‘atentado a saúde pública’.

Lourenço, exorta o Estado angolano, a prestar mais atenção às associações de defesa do consumidor, porque na visão deste, podem ajudar a alavancar a economia nacional.

“Se tivéssemos por parte do governo, os apoios necessários, de certeza poderíamos dar um grande impulso na economia nacional”, alerta.

Pedro Bala, Porta-voz da Associação Angolana de Ajuda ao Consumidor (AAAC). (DR)

Sindicato atento as dificuldades…

Para Federação Angolana de Associações de Consumidores (FAAC), 15 de Março, é uma data de profunda reflexão, porquanto, representa os direitos e deveres dos consumidores.

André Feijó, secretário geral da (FAAC), recorda que a grande dificuldade da entidade reguladora, é ‘a extensão da atividade no âmbito nacional’.

“Conversamos com os nossos parceiros, entidades governamentais no sentido de aloucar verbas para a expansão da atividade em todo país”, augura.

O sindicalista, reconhece que as associações enfrentam várias dificuldades para realizar as suas tarefas com zelo e profissionalismo, mas, assegura que ‘este mau momento, tem os dias contados’.

Feijó, lamenta igualmente, o posicionamento do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC), que fruto do decreto presidencial 267/20, cria a INIESA, que anula o estatuto orgânico do INADEC.

“Com a falta de estatuto orgânico, estamos a enfrentar muitas dificuldades, porque antes, havia disponibilidade financeira por parte do INADEC, para apoiar as associações privadas”, lamenta.

O responsável assegura que a relação com o governo é saudável e, a ‘crise tem dias contados’.

“Estamos no bom caminho, falta apenas alguns acertos”, esfregou as mãos de contente.

Vale lembrar que a defesa do consumidor em Angola, foi institucionalizada no dia 25 de Julho de 1997.

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